Thursday, October 22, 2009

Trecho do livro ´Coração de Líder´, de Marco Fabossi


Coração de Líder, Editora AbbaPress, e lançado em Agosto de 2009, no CONARH.

Marco Fabossi é Palestrante, Escritor, Consultor, Coach Executivo e de Equipe, com foco em Liderança.

Quando eu tinha por volta de oito anos decidi estudar violão. Minhas aulas aconteciam nos fundos de uma quitanda, e por casualidade, o quitandeiro era também o professor.
Depois de alguns meses, tivemos nossa primeira prova prática. Eu estava seguro de que eu me sairia bem, já que comparado aos outros alunos, eu realmente estava tocando melhor.
Todos os alunos participaram da prova juntos, na mesma sala, um por vez. Enquanto um se apresentava, os outros ficavam observando.
Depois de todas as apresentações, mais do que nunca eu estava convicto de que teria a melhor nota, apesar de todos terem se esforçado bastante.
Em seguida, nosso professor iniciou seus comentários e avaliação sobre cada aluno. Quando chegou a minha vez, ele já havia avaliado outros três ou quatro alunos, e com base em suas notas eu estava convicto de que a minha seria dez ou muito próxima disso, porém, aquele professor olhou seriamente para mim e disse:
- Marco, você tocou muito bem. Bom ritmo e boa técnica. Meus parabéns. Sua nota é seis.
- O que? Como assim, seis? O senhor mesmo disse a eles que precisavam melhorar o ritmo, que devem praticar mais para não cometeram tantos erros, e deu a eles notas maiores que seis!
- É verdade Marco, sua apresentação foi a melhor de todas, porém eles deram tudo o que podiam dar, eles fizeram o melhor; você não. Você pode ir muito além daquilo que me mostrou hoje, por isso sua nota é seis.
Eu simplesmente encolhi os lábios, abaixei a cabeça, silenciei, e rapidamente entendi o que aquele professor estava querendo me ensinar: enquanto eu me comparava com meus colegas, ele me comparava com aquilo que sabia que eu poderia ser.

Certamente, com esforço, dedicação e perseverança, você e eu seremos capazes de chegar sozinhos a um bom lugar, porém, é bem provável que este bom lugar não seja aquele em que poderíamos estar.
Sem que percebamos, temos a tendência de nos comparar com as pessoas que estão ao nosso redor, ao invés de olharmos para aquilo que realmente.

Monday, October 5, 2009

Companhia do Coaching entrevista João Luiz Pasqual


Cia do Coaching: João gostaria que você mesmo se apresentasse nesta entrevista.

João Luiz Pasqual, atuei no mercado financeiro no Brasil e no Exterior (América do Sul e Europa) por 34 anos. Fui, nos últimos 17 anos Diretor Executivo responsável por Tesouraria e Área Internacional em instituições como: Banco Real, UNIBANCO, Banco Sudameris e Banco ABN AMRO Real. Graduado em Matemática pela PUCC-Campinas e UNIP-São Paulo, com MBA em Comércio Internacional pela FIA/USP e extensão na Université Pierre Mendès, em Grenoble na França. Sou Senior Coach com formação Arvoredo-FIA/USP, ICI-Brasil, membro da International Coach Federation e diplomado pelo INSEAD-Fontainebleau-França no curso Consulting and Coaching for Change, onde também recebi o Diploma In Clinical Organizational Psychology. Sou membro associado da ICF – International Coaching Federation dos EUA. Sou também membro do IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa.
Atuei fortemente como Coach interno e Mentor do Banco Real até Agosto de 2008. Hoje sou Sócio-Diretor do Arvoredo-Assessoria em desenvolvimento Ltda.


Cia do Coaching: Nos conhecemos pelas relações de trabalho na empresa na qual trabalhamos juntos, cursamos algumas formações comuns, e você tem uma formação no exterior também, pode nos contar um pouco sobre este curso na França? Metodologias, abordagens adotadas etc.


É verdade, tive a honra de participar, ainda como executivo do mercado financeiro, de uma formação no INSEAD, com 18 meses de duração, chamado Consulting and Coaching for Change, uma proposta para que as pessoas que por lá passam, adquiram conhecimento para entenderem com profundidade, o papel do comportamento humano na performance organizacional. A proposta é inovadora, apesar dos já quase dez anos de existência, por trazer o conceito do “clinical approach” permitindo e promovendo uma transformação importante em cada indivíduo, na busca da interiorização dos drivers básicos do comportamento humano bem como, a identificação e a gestão das dinâmicas das equipes e das organizações.

Cia do Coaching: Alguma diferença acentuada nos conceitos de coaching? Ou alguma outra que tenha chamado sua atenção?

Não, mas a consolidação dos chamados pontos vitais de um bom Coach que seja reflexivo por excelência e um poderoso agente de mudança, visando sempre a combinação – ideal – de pessoas, organizações e objetivos corporativos.

Cia do Coaching: No banco que trabalhamos juntos, você já exercia o papel de líder coach? Quais frutos colheu? Que conselhos poderia dar para executivos que estão ainda no início desta fase?

Acredito que eu exercia sim, o papel do líder coach, e foi assim que colhi, vários frutos, por exemplo, em várias situações de pós aquisição, o índice de aproveitamento de minha equipe, historicamente foi elevado. E, reconhecidamente, como uma equipe de alta-performance. Durante a vida profissional, recebi sempre muitos feedbacks que as pessoas gostavam de trabalhar na minha área e comigo também.
Não daria conselhos, mas faria uma provocação para que os executivos que se encontrem no início desta fase, não desistam e perseverem na busca do auto-desenvolvimento e promovam sempre um bom ambiente de trabalho, pois não é fácil buscar isso em organizações que não estejam maduras, para acolher esta postura do líder coach e muitas vezes, trocam os resultados de médio e longo prazo, pelos de curtíssimo prazo.


Cia do Coaching: João Luiz, você tornou-se sócio de uma empresa que também faz Formação. Que coisas tem enfrentado? Algum tipo de assédio para parcerias, por exemplo? Enfim, que coisas são essas?


Bem, no Arvoredo, não fazemos formação de Coaches, mas do líder-coach, e temos um programa em parceria com a FIA/Progep com encontros semanais por um prazo de seis meses. O programa é baseado na ampliação da percepção e na elevação do nível de consciência das pessoas; instiga a curiosidade natural do Ser Humano e sua criatividade. O processo de formação lida todo o tempo com mudanças e transformação e com a resistência à mudança.
Trabalha, além de conceitos, função e instrumentos do Coach, posturas fundamentais de um Coach que são: O acolhimento, o ver, a escuta, o saber se colocar no lugar do outro, a interferência e o uso do feedback, o uso do poder e a tomada de decisão. Temos feito algumas parcerias com empresas de search, para Coaching Individual que não concorrem com o que fazemos e nós – arvoredo – não concorremos, além de termos um alinhamento natural de conceitos e valores.
Tem dado muito certo e mais uma vez, comprovamos que tudo que se faz com método, organização e paixão resulta em êxito.

Cia do Coaching: Como foi esse processo de passar de executivo de um dos maiores bancos no Brasil para o exercício do ofício de Coach? Considera um privilégio o networking?

O processo transitório foi lento, bem planejado, com muita preparação interior para largar as amarras corporativas, o que costumo chamar de “algemas de ouro”. Não menos importante, foi a dedicação para a preparação técnica, acadêmica essa de longo prazo e que acredito não para nunca, o ofício de Coach exige muito estudo e uma abertura para o aprendizado. Não cabe como muitas vezes somos induzidos a pensar no mundo corporativo, que já sabemos tudo. A humildade faz parte de uma das características vitais do Coach. Para mim, o networking é peça fundamental para que a transição entre carreiras seja feita, não é um exercício tão óbvio, mas que requer muita disciplina e abnegação.
O grande segredo, é saber nutrir o seu networking de forma legítima, limpa e sempre de forma transparente, lembrando que o a troca precisa ser justa e equilibrada, tem que ser na base do ganha-ganha, se só um ganha não funciona.

Cia do Coaching: Na instituição na qual nos conhecemos, os programas de desenvolvimento das lideranças é bastante forte. Qual é a sua leitura do mercado neste momento? Considerando a crise iniciada em 2008, suas percepções etc.

Não dá para generalizar, mas acho que durante o auge da crise, muitas empresas ficaram paralisadas, e acabaram abandonando ou deixando para um segundo plano, programas de desenvolvimento que levaram anos e muito investimento para desenvolverem. Ledo engano em minha opinião.
As empresas que persistiram em manter os planos de desenvolvimento das equipes estão mais bem preparadas para as oportunidades que a própria crise oferece, estarão mais fortalecidas em momentos de retomada da economia, que embora discretamente, já dá sinais de recuperação.

Cia do Coaching: Algum conselho para empresas que oferecem programas de coaching? Ou para alunos (se é que está dando aulas)

Houve uma retomada dos processos de Coaching individual para os executivos das empresas, e muitos Executivos teem me procurado para o Coaching por iniciativa privada, sem o apoio da empresa, fato que reputo como um momento de muita consciência desses executivos, que buscam serem pessoas diferenciadas, e nestes casos, os preços são mais acessíveis, até por ser uma recomendação da ICF no código de ética.
Também tenho alguns processos Pro-bono, quando considero no caso a caso que o Coachee precisa passar pelo Coaching, não tem condição de remunerar meu trabalho, mas, oferece dentro do que já mencionei, a possibilidade de troca, desafio, aprendizado e vivência para que eu me desenvolva como pessoa e Coach.
Tenho muito cuidado com a linguagem, e conceitos, quando estamos em contato com potenciais contratantes, pois há muita confusão no nosso mercado.
O Arvoredo é pioneiro em Coaching de Equipe, tendo iniciado em 1998 nessa área um primeiro trabalho para líderes de empresas, um grupo de Coaching com foco em Criatividade. Depois lançou, em novembro de 2000, o seu e-training “Coaching - Posturas Fundamentais de um Coach”, um programa híbrido cuja base se encontra em CD-ROM, complementado pela reflexão e troca entre os participantes, em encontros presenciais, sobre a realidade em que atuam e sua ação transformadora dessa realidade. Trata-se de um trabalho que atinge direta ou indiretamente todos os colaboradores de uma organização, que passam a atuar de forma integrada e criativa, tornando a empresa um organismo vivo, que caminha em direção aos melhores resultados para si e para todos que dela fazem parte.

Cia do Coaching: Como você vê a qualidade dos cursos de formação de coaches? Há uma quantidade de coaches sendo despejados no mercado e com n qualificações de tipos de coaching. Pode comentar esta questão?

Concordo que há uma oferta enorme de formações, que despejam Coaches no mercado, claro que algumas muito sérias, éticas e cuidadosas, outras nem tanto. Por isso eu me dedico muito ao combate de tais confusões conceituais, e acredito que teremos muito trabalho, pois infelizmente o Ofício ainda não é regulamentado e a não regulamentação, deixa espaço pra que aconteçam exageros e entidades e pessoas inescrupulosas sobrevivam.

Cia do Coaching: Como você vê a questão de um Coach Interno na empresa?

O assunto é muito delicado, eu já fui Coach interno no Banco, o processo funcionou, mas poderia ter dado muito errado, pois os riscos de conflito de interesse são enormes e o aspecto confidencialidade pode ser comprometido.
Mesmo tendo passado por um processo que deu certo, eu não recomendo que as empresas adotem o conceito. Apoio fortemente os processos de “Mentoring” que é claramente diferente e atende necessidades específicas das corporações, mesmo assim, o processo deve ser planejado e muito bem implantado, do contrário, não funciona. E o processo de “Mentoring” deve ser monitorado pela empresa.

Cia do Coaching: Que resultados / métricas você tem contratado nos processos de coaching?

O processo de Coaching no Arvoredo não é algo que acontece ao Coachee, mas sim algo que acontece ATRAVÉS do Coachee.
No programa de Coaching Executivo e Individual do Arvoredo, o Coachee é sujeito e dono do seu próprio processo de desenvolvimento, aprendendo a descobrir, na prática, como utilizar melhor suas capacidades e possibilidades, assumindo novas posturas, ampliando a qualidade do seu desempenho pessoal e profissional.
O papel do Coach Arvoredo é proporcionar ao Coachee um espaço propício ao seu desenvolvimento, no qual a curiosidade e o desejo de buscar mais para si são as molas propulsoras do processo, levando-o a produzir e criar de forma genuína e com resultados especiais.
Eu não contrato métricas de resultados, o trabalho entre o Coach e o Coachee permanece dentro dos limites da relação dos dois, sendo que o Coach não tem o direito de discutir nada do que se passa no processo com a empresa (a não ser que aconteça um excepcional pedido da parte do próprio Coachee, com sua total conivência). Este é um trabalho que exige, mais que outros, um forte contrato de confiança entre a empresa e o consultor.

Cia do Coaching: Estamos num blog aberto, existe alguma questão, preocupação, enfim, algo que você gostaria de chamar atenção neste universo de coaches, coachees, potentials, processo de coaching, formações?

Sim e acho, respondo a estas questões nas perguntas que se seguem. Minha maior preocupação, é que nosso mercado se auto-regule, até que a profissão seja regulamentada.

Cia do Coaching: O que você pensa a respeito de Certificação pelo ICF? É um processo que demanda tempo e dinheiro por parte do Coach. Como você vê esta questão? É uma tendência?

È definitivamente uma tendência, e as empresas cada vez mais, demandarão uma credencial dos Coaches contratados. Eu reputo a ICF como uma excelente instituição, que luta há muitos anos pela regulamentação da profissão. Acho que o processo de Certificação é necessário, para disciplinarmos conceitos, atitudes e comportamentos de muita gente que se diz Coach, mas faz tudo menos Coaching.
Tempo e vivência, fazem parte da boa formação, por isso, sou favorável e a ICF mais uma vez tem envidado esforços para baratear os custos das Certificações, e quanto mais nos engajamos como Coaches a estes movimentos, por exemplo, participando das pesquisas que a entidade promove, mais fazemos a nossa parte, para a regulamentação da profissão.

Cia do Coaching: O que anda lendo, estudando, discutindo, assistindo, para o seu desenvolvimento contínuo? Poderia recomendar algo que considera importante, para os interessados na causa Coaching?

Tenho estudado muito, com uma carga de leitura apaixonante. Estou neste momento, relendo o livro “The Leader on the Couch” de um prefessor do meu curso no INSEAD, Manfred Kets de Vries, e acabo de ler o livro O andar do Bêbado de Leonard MLODINOW, que é um verdadeiro guia de como o aleatório, afeta nossas vidas.
Recomendo que os interessados na causa de Coaching se associem a alguma entidade séria e respeitada neste mercado, que tenha um código de ética bem divulgado, e que busquem sempre uma certificação séria de longo prazo.

Cia do Coaching: O Blog Companhia do Coaching agradece a sua entrevista.

Agradeço a oportunidade e parabenizo sua iniciativa, são veículos como o Blog, Companhia do Coaching, que farão a diferença nesse mercado, oferecendo informação com seriedade e transparência à sociedade e às empresas.

Sunday, September 13, 2009

Companhia do Coaching entrevista Jussara Duarte


Cia do Coaching: Jussara, sempre deixo para os entrevistados se apresentarem como quiserem, assim, fique à vontade:

Jussara Duarte de Souza, formada em Coaching pelo Instituto Ecosocial de São Paulo. Graduada em Administração de Empresas pela FUMEC-MG e pós-graduada em Recursos Humanos e O&M, Marketing pela Fundação Getulio Vargas e Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Mestranda em administração de empresas com foco em desenvolvimento humano. Há mais de 25 anos em organizações de médio e grande porte no Brasil em funções executivas nas áreas de recursos humanos, gestão e desenvolvimento de pessoas, Marketing e Comunicação. Atualmente Coach em processos de mudanças e desenvolvimento profissional de líderes

Cia do Coaching: Jussara, fizemos juntos a Formação de Coaches no Instituto EcoSocial e você também passou pelo processo de Coaching. Como você resumiria o processo de Coaching e sua evolução?

Superou todas as minhas expectativas. A minha primeira evolução foi o entendimento que exercia o papel de líder de forma equivocada. Era uma executiva do estilo diretiva e não tinha a visão que minha equipe era muito pouco desenvolvida, pois, meu estilo não permitia. Assim fiz minha primeira grande mudança. Quando comecei a atender fui me surpreendendo com os resultados que meu trabalho de coaching estava alcançando. Assim fui desenvolvendo um talento amortecido dentro de mim e que precisa vir à tona. Em fevereiro deste ano saí do Banco, criei a empresa FOCUS COACHING - Desenvolvimento Profissional e Pessoal e assumi minha profissão como Coach de forma integral. O resultado cresce a cada dia e estou muito feliz.
Neste processo a Marcionila Dourado, nossa colega de formação, entrou como minha parceira e temos desenvolvidos alguns trabalhos juntas.

Cia do Coaching: Na sua empresa há programas de desenvolvimento com aplicação do processo de Coaching?

Acho que nunca entenderam direito o que era Coaching. Hoje o assunto começa a passar pela cabeça da direção.

Cia do Coaching: Sua empresa é assediada, se é que é este o termo, por outras empresas que também oferecem Coaching? Que tipo de Coaching é oferecido? Que novidades ou coisas estranhas estão aparecendo?

O que tenho visto no mercado mineiro é muita gente falando que faz coaching, mas na realidade estão fazendo mentoring ou consultoria. Vejo divulgação de cursos de pequena duração (30 a 40 horas) que habilitam profissionais a atuarem como coach. As empresas e os profissionais têm pouca informação do que realmente é coaching e quais as habilidades necessárias para aplicá-lo. É sempre confundido com Outplacement. Como todo modismo, fica muito no superficial para quem não busca informação no local correto.

Cia do Coaching: Neste momento, aparentemente, estamos começando a sair da crise internacional. Algumas empresas travaram os orçamentos para programas de desenvolvimento. Você tem sentido nas empresas que presta trabalhos este estancamento dos programas?

Senti uma retração nos processos empresariais e pessoais também. Mas, hoje, setembro de 2009, percebo uma melhora nas demandas.

Cia do Coaching: Jussara, que tipo de questões mais comuns têm chegado dos seus Coachees ou Clientes ou Performers ou Potencials como li recentemente?

A questão mais comum dos jovens é o que fazer com tantos cursos e um emprego medíocre. Para quê? O que as empresas estão querendo? O que eu quero para a minha vida profissional? Sinto os jovens muito perdidos na definição do seu caminho e de entendimento das suas habilidades e talentos. Acho que é aí que está a maior demanda de mercado.
Para o público mais maduro, a questão mais comum é a insatisfação com as empresas, ou seja, a incompatibilidade de uma realização profissional e ter que submeter a uma política de poderes e jogos. Mas estes são menos suscetíveis de mudança, preferem a zona de conforto por mais desconfortável que esteja sua vida.

Cia do Coaching: Você colocou dois públicos, está desenvolvendo ferramentas para mobilizar estes indivíduos para a ação? Aprofundando um pouco, quando você diz que o público mais maduro prefere a zona de conforto, suas técnicas são para mobilizá-lo ou para tirar o desconforto?

Quando falo da zona de conforto é que o querer tem que estar ativado, mudar dá muito trabalho. O caminho é do autoconhecimento e identificação de pontos fortes, fracos e vulnerabilidades. Na maioria das vezes ele tem uma lista de “achologia”, mas raramente há consistência e não se apropriam das suas competências. Nunca têm tempo para investir em si mesmos.

Cia do Coaching: Você sente diferenças neste mercado de Coaches, com o eixo Rio-São Paulo? Que tipo de diferenças?

Sim. Belo Horizonte ainda é um mercado tradicional e demora a assimilar novas técnicas. Para este mercado somente as grandes empresas tem contratado serviços de coaching. O preço do coaching individual aqui é um terço mais barato do que SP. Enquanto um processo em SP pode girar em torno de R$ 600,00 a 800,00 a hora. Aqui, para grandes empresas, o valor está em torno de R$ 400,00 a sessão. Se for pessoa física este valor cai 40%. Coaching em equipe desconheço quem esteja fazendo, a não ser eu e Marcionila Cotta Dourado, www.humanaconsultoria.com.br

Cia do Coaching: Você tem uma boa caminhada pelo mundo corporativo, agora como Coach, como concilia os seus aprendizados?

A base, a consistência, a segurança que tenho hoje nos processos de coaching devo a minha experiência de mais de 25 anos como executiva e o domínio das áreas de Recursos Humanos, marketing e comunicação.

Cia do Coaching: Temos aqui no blog, uma entrevista com a Fátima Motta, uma mineira também, nos dando informações ricas sobre o Coach Interno. Como você vê esta questão nas empresas da região?

Desconheço empresas daqui que pratiquem o coaching interno.

Cia do Coaching: Que resultados / métricas você tem contratado nos processos de coaching? Como você apresenta os resultados, seja para um processo numa empresa ou num coaching individual?

Os resultados são identificados pelos próprios Coachees ou pela mudança de atitude dos executivos dentro da organização. Conforme os encontros vão avançando vamos avaliando os resultados. Ele é checado sessão a sessão.

Cia do Coaching: Este blog é aberto, há algo que você gostaria de chamar atenção neste universo de coaches, coachees e coaching?

Acredito que as entidades sérias e que realmente formam profissionais prontos paro o mercado, devem desenvolver um trabalho de assessoria de imprensa divulgando a importância do processo de Coaching, tempo necessário de formação e quais as habilidades mínimas necessárias para aplicar um processo de coaching que realmente trará resultados para o indivíduo e para a organização. Acho que este blog cumpre este papel de divulgar trabalhos sérios e éticos. Talvez seja necessário divulgá-lo mais. Procurar a ABRH nacional e provocar debates sobre a profissão.

Cia do Coaching: O que anda lendo, estudando, discutindo, assistindo para o seu desenvolvimento contínuo? Quer recomendar algo, inclusive para Coaches?

Minha última leitura foi o livro Executivo O Super Homem Solitário, achei ótimo. O autor é o Emerson A. Ciociorowski. Estou trazendo para BH o autor do livro O processo da Pérola, o Tommy Nelson, que é coach, especialista em desenvolvimento de líderes, americano que mora no Brasil há mais de 20 anos. Profissional fantástico com uma experiência e formação internacional. Ele realiza um workshop chamado Lifeplan que nada mais é a prática do seu livro. Aqui ele realizará algumas palestras e o workshop Lifeplan.

Cia do Coaching: Jussara Duarte, o blog Companhia do Coaching agradece a sua entrevista.

Agradeço a oportunidade.
Meus contatos são 31 9976-7414 ou 31 3568-7414 e site www.focuscoaching.com.br

Monday, August 17, 2009

Companhia do Coaching entrevista Oswaldo Ogihara


Cia do Coaching: Oswaldo, como você gostaria de se apresentar? Fique à vontade:

Oswaldo Ogihara, Diretor Executivo do CEPPE, 36 anos, casado, Bacharel em Direito, com experiência em Estratégia de Negócios e Tecnologia da Informação na indústria de serviços, Coach Certificado pelo Arvoredo/FIA USP, Coach pelo ICI – Integrated Coaching Institute – Brazilian Chapter São Paulo e pós-graduando em Gestão Estratégica e Econômica de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas. Por dez anos, trabalhei na gestão de TI em grandes empresas como GE, Banco Safra, Mccann-Erickson e, nos últimos três anos, trabalhando com desenvolvimento de pessoas e empresas (Arvoredo e, atualmente, CEPPE) www.grupoceppe.com.br

Cia do Coaching: Oswaldo, ambos participamos da Formação de Coaches no ICI e na FIA/Arvoredo, você atua nesta área, atuou ou ainda pretende?

Como coach, atualmente, atendo uma empresa de grande expressão na área de TI (o vice-presidente e a coordenadora de RH) e uma indústria moveleira (sócio-diretor e diretor comercial). Pretendo no futuro exercer mais o Coaching.

Cia do Coaching: Você tem tempo para atender Clientes de Coaching?


De fato, tenho restrição quanto a horários, uma vez que também visto o chapéu de administrador do CEPPE, atividade principal neste momento da empresa.

Cia do Coaching: Você tem algum programa de Coaching para seus colaboradores?

O nosso dia-a-dia tem sido muito corrido, felizmente, nos últimos tempos. Desta forma temos nos organizado quinzenalmente em reuniões para uma conversa e compartilhamos visões, interesses, elogios etc. As nossas conversas têm foco na operação da prestação de serviços, pós-venda e de negócios. Oficialmente não há um programa de Coaching interno. O que a diretoria cumpre diariamente com todos os colaboradores diretos e indiretos, e, principalmente com os clientes, são as posturas fundamentais de um líder coach, como exercício do aprendizado nas formações pelas quais passamos: o saber acolher, ouvir, observar, feedback sempre que necessário etc. A Diretora Técnica do CEPPE Ana Libera também é formada pela FIA/Arvoredo.

Cia do Coaching: Você dirige uma empresa já com um bom tempo de estrada, pode nos contar um pouco sobre sua empresa?

O CEPPE vai fazer 35 anos de vida em 2010. É uma responsabilidade muito grande manter uma empresa com todo esse know-how, tradição e credibilidade nesta liderança, afinal, estamos a mais de três décadas neste mercado, prestando serviços psicológicos com a mesma idoneidade, segurança e fidedignidade que estamos conseguindo entregar até hoje. Em todo esse trajeto profissional, em se falando exclusivamente no nosso produto ´core´, a Avaliação de Potencial, já atendemos mais de 50 mil pessoas, sendo que nos últimos 5 anos atendemos 15 mil. É um retrato do reconhecimento que o mercado corporativo tem com o CEPPE. Fico orgulhoso sempre que me lembro que o CEPPE é uma empresa que nasceu praticamente junto com a psicologia no Brasil. Temos clientes que estão conosco por 20 anos! Outro segmento importante em que atuamos é o da Orientação Vocacional, por meio de um programa de 12 semanas, o estudante ou profissional, trabalham suas avaliações (avaliações psicológicas, testes projetivos etc.) e participam de dinâmicas de grupo, objetivando conhecerem seus potenciais e pontos a desenvolver. Projetos de consultoria organizacional também fazem parte do nosso dia-a-dia.

Cia do Coaching: Oswaldo, como os Coaches podem utilizar os seus serviços, já que você conhece ambos os lados?

Como já é comum no CEPPE, Coaches compram e recomendam a Avaliação de Potencial PLUS para os seus coachees. De posse desta avaliação, coach e coachee podem conhecer mais a personalidade, as habilidades intelectuais, raciocínio, comportamento, dentre outras características psicológicas do coachee, colaborando no processo de coaching como um todo.

Cia do Coaching: Estamos numa época de crise, saindo dela, mas ainda em crise. Você teve negócios estancados em função da crise? Entrou em negociações sobre preço dos serviços?

Alguns clientes sim deixaram em ´stand-by` alguns dos seus processos de admissão e/ou promoção de pessoas, impactando no nosso faturamento. Como o plano de negócio do CEPPE é ter o cuidado de não ter clientes que sejam responsáveis por mais de 25% do nosso faturamento bruto anual, o equilíbrio entre eles nos manteve em boa operação durante todo o momento da crise. Aliás, concordo com você quando disse que estamos saindo dela! Sobre preço não foi necessário renegociar porque os nossos clientes conhecem o real valor dos nossos serviços diferenciados.

Cia do Coaching: Que tipo de cliente procura seus serviços?

Empresas interessadas em contratar o melhor candidato; as preocupadas em reter os seus talentos; as engajadas em desenvolvimento de pessoas e que procuram oportunidades de treinamento interno. Há também empresas que precisam cumprir protocolos de controles de qualidade como a ISO, e utilizam a nossa Avaliação de Potencial como ferramenta de Recursos Humanos. Nossos clientes são das mais diversas atividades: ramo varejista, indústria automobilística, construtoras pequenas, médias e grandes, distribuidoras, estabelecimento de ensino, indústria alimentícia, indústria química, shopping center’s, indústria healtcare, grandes imobiliárias. Toda empresa deve se preocupar com as pessoas e, melhor ainda, saber no que precisam se desenvolver.

Cia do Coaching: Como é este mercado? Competitivo?

O nosso maior concorrente são as avaliações não psicológicas que se dizem retratar a personalidade e o potencial das pessoas. São principalmente as avaliações onde a pessoa responde “x” ou “sim” ou “não”, na maioria das vezes em uma quantidade demasiada. O que eu quero dizer com isso é que, caso a pessoa esteja bem intencionada, ao resolver os testes, o quão suficiente elas se conhecem para responder como ela é e, sutilmente, não cair no simples equívoco de responder o que gostaria de ser ou que acha que ela é. Faz toda a diferença no resultado! Não se trata de uma crítica negativa a esse tipo de teste, porém estes testes podem ter a sua validade em outros campos. Para avaliar o potencial da pessoa, na função ou cargo em que ela está ou estará é preciso de ferramentas psicológicas projetivas com o Zulliger ou Rorschach, dentre outros, e, essencialmente aplicadas por psicólogos (as), com seus CRP’s ativos.

Cia do Coaching: Já fez associação com alguma empresa de Coaching? Que serviços ofereceu e quais foram os resultados para os clientes finais?

Na verdade a nossa relação com Coaches e empresas de Coaching ainda é reativa, ou seja, somos requisitados a prestar serviços aos seus coachees. Em conversa com um coach que utiliza os nossos serviços, ele me testemunhou que a fidedignidade dos resultados das nossas avaliações é incomparável, que fez aparecer traços de personalidade de um coachee dele, escondidos até por ele próprio, onde os fizeram entender, posteriormente, alguns gaps de desenvolvimento e de execução dos planos de ação. Hoje este executivo está muito mais consciente das suas limitações e potenciais, transferindo para a sua vida em si um peso mais suave, portanto mais eficiente e feliz. Detalhe: este executivo, como é de uma grande empresa multinacional, já havia feito todos os testes estrangeiros e computadorizados que o nosso mercado conhece e que não são feitos por psicólogos.

Cia do Coaching: Está lendo, assistindo algo que queira recomendar para nossos leitores?

Vou te contar um acontecimento na minha vida que me marcou muito. Um dia em 1995, tive a felicidade de conhecer Darcy Ribeiro, então escritor, antropólogo e Senador do Brasil, no momento do lançamento do seu último livro ´O Povo Brasileiro`. Fiz uma pergunta a ele: “Senador, sou estudante universitário e gostaria de saber se posso continuar acreditando no Brasil”. Ele me respondeu: “Creia no Brasil porque ele é sua pátria. Ela é a sua obra”. Estávamos vivendo um momento político-econômico conturbado na época, você deve se recordar. Desde então eu vivo, construo, me relaciono, resolvo conflitos baseado nesta então crença que estabeleci em mim de que EU sou EU, e tudo depende de mim: o meu Brasil sou eu quem faz – e é minha obra. Bem, contei toda essa história para te dizer que um título de Mário Sergio Cortella me chamou a atenção nas prateleiras de uma livraria 2 meses: ´Qual é a tua obra?`. Trata-se de um livro rápido, que fala de liderança, ética e gestão. Como coach e gestor de empresas, recomendo.

Cia do Coaching: Companhia do Coaching é um blog aberto, há algo que você gostaria de chamar atenção neste universo de coach, coachee, coaching, performer e, ultimamente, tenho ouvido também de potencial? Da mesma forma, peço seus comentários sobre os cursos de formação?

Prezado Pavanini, foi um prazer participar deste blog e quero finalizar demonstrando um sentimento de que é notório, pelo menos pra mim, muitas empresas de Coaching dizem fazer Coaching, entretanto, só continuam praticando a consultoria, ou aconselhamento, ou treinamento, ou até a terapia. Precisamos nos juntar e informar o mercado, que acaba sendo vítima desta disseminação equivocada da poderosa técnica de desenvolvimento e transformação de pessoas, o Coaching.

Cia do Coaching: Oswaldo, o Blog Companhia do Coaching agradece a sua entrevista e as excelentes contribuições para este nosso universo ainda em formação. Quem quiser acompanhar o que Oswaldo está fazendo, siga-o no twitter http://twitter.com/oogihara

Muito Obrigado.

Thursday, July 23, 2009

Motivação, de uma vez por todas ! por Célia Marchioni e Zilá Arruda Agriel

Nada de enfado nesse título, apenas um grande desejo de ver o tema entendido e aplicado adequadamente no dia-a-dia.
Tantas teorias de motivação, tantos pesquisadores, tantos autores brilhantes estudaram e falaram do tema e ao mesmo tempo, tanta confusão se faz com esse assunto, na prática organizacional.
Na nossa prática profissional em RH, como executiva ou consultora em desenvolvimento, fomos muitas vezes solicitadas, por gerentes, diretores, vice-presidentes, para promover algum trabalho que desse uma ´motivada` no pessoal. Isso nos deixava numa situação, no mínimo, embaraçosa. Como dizer a eles (sem desmotivá-los !!!) que é impossível ´dar uma motivada` em alguém, mas que, no exercício do papel gerencial, seja lá em qual nível hierárquico estiver, em se tratando de desenvolvimento de pessoas, é possível fazer coisas que são complementares:
- atividades e ações que provocam descontração integram as equipes, promovem bem estar, causam alegria, propiciam auto-conhecimento, enfim, colocam as pessoas em diversas e diferentes formas de movimento. São elas: team buildings, treinamentos comportamentais, cafés da manhã, reuniões informais, gestão adequada e justa de desempenho e salários, reconhecimento em público etc.
- encarar o desafio de conhecer profundamente cada pessoa de sua equipe (ao menos, os seus reportes diretos) e, embasado pela teoria de motivação de sua preferência, criar oportunidades de trabalho que vão ao encontro das necessidades motivacionais de cada um.
Pois é. ´Motivar alguém`, ou melhor, criar oportunidades para que esse alguém se motive, é um pouco mais profundo. Requer exercícios grupais, que impactam positivamente o ambiente, e, portanto, favorecem o movimento mas, principalmente, requer respeito e atenção ao indivíduo, à particularidade e anseio de cada um.
Uma das mestras no assunto foi Cecília Bergamini, professora, na época, nos cursos de pós graduação na Fundação Getulio Vargas e USP. Com alguns livros publicados e muitos cursos ministrados sobre motivação, ela dá uma visão das teorias existentes. Mas, na essência, o que ela mais nos deixou foi o entendimento da diferença entre movimento causado por algum evento externo, que em geral é temporário e motivação, causada pelo suprimento de necessidades internas, portanto, mais perenes.
Depois dela, outros cursos vieram, outras experiências, outros mestres, outros confrontos com a realidade, nos levaram a trabalhar mais de perto com a teoria de David McClelland. Não é nosso objetivo aqui explorar essa teoria, mas, basicamente ela defende o conceito de motivos sociais que nada mais são que ´interesses contínuos dos indivíduos por determinados objetivos` . E ele agrupa esses interesses em três conjuntos:
- Superação: interesse por superação de padrões, busca constante de melhoria.
- Afiliação: interesse por compartilhar, estabelecer relacionamentos próximos, afetivos.
- Poder ou Influência: interesse por impacto sobre outras pessoas, persuasão, mobilização.
É como se tivéssemos três tipos de pessoas. Cada um desses tipos demanda determinado ´combustível` que, se colocado em ação, gera motivação.
O grupo da Superação precisa, no seu trabalho, encontrar fortes desafios para se motivar. É o combustível que os coloca em ação. Diferentemente, o grupo da Afiliação, precisa de pessoas por perto, precisa ser reconhecido, querido. Sem isso, sem esse combustível, essas pessoas não encontram prazer no trabalho. E o grupo do Poder ou Influência precisa exercer muita influência e de exposição.
Então, a empresa e o gestor devem sim atuar para criar um clima ameno, gerir os recursos com justiça e equidade porque isso é o mínimo para as pessoas se sentirem bem. Mas, para gerar ´motivação` é preciso mais - conhecer as pessoas da equipe, buscando nelas, seu motivo social predominante ou em outras palavras, precisam conhecê-las e ajudá-las a encontrar o ´seu combustível`, o que as mobiliza mais em suas funções. É verdade que não é tão simples, mas, fazer gestão de pessoas demanda tempo e dedicação: conversar com cada um, trabalhar junto, sentar ao lado e entender o jeito de fazer, a linguagem utilizada, o padrão de comportamento, o que agrada, o que desagrada, o que cada um tem prazer em realizar. E se assim for, ao fazerem suas listas de ´Gosto de` X ´Tenho que` , poderem ter melhores equações. Facilita, inclusive, a negociação e definição de objetivos e metas.
Os gestores coordenam essa dinâmica. E é dinâmico mesmo! Gestão de pessoas é um ciclo e como tal, não para de girar, vale lembrar a importância dos feedbacks nesse contexto da motivação, não só como o ajuste do combinado e redirecionamento, como também no reconhecimento dos bons desempenhos e do desenvolvimento de novas competências, isso é também bastante mobilizador.
Se o ambiente é bom, se a remuneração e benefícios são condizentes com a prática do mercado e, principalmente, se as pessoas estão fazendo aquilo que elas realmente gostam de fazer e da maneira que sentem-se ´abastecidas de seus combustíveis individuais`, elas estarão motivadas.
Grande chance de um final feliz ... ou melhor, de um recomeço para mais um final feliz!

O Blog Companhia do Coaching agradece: Célia Marchioni e Zilá Arruda Agriel. Coaches e Consultoras.

Monday, July 6, 2009

Entrevista com Fátima Motta


Cia do Coaching - Fátima, como de hábito, sempre deixo para o entrevistado a forma como gostaria de ser apresentado nesta entrevista? Assim, fique livre para apresentar-se.


Saliento que, como tenho uma homônima, consultora de RH e também Coach, acho melhor dizendo meu nome completo: Maria de Fátima Almeida Motta. Psicóloga, com especialização em RH, com 29 anos de experiência como executiva e como consultora. Formada como Coach pelo Instituto Ecosocial, e, atuando nessa função, internamente, na Construtora Andrade Gutierrez.


Cia do Coaching - Lembro-me bem da sua mensagem anunciando que você passaria a ser Coach Interno, isto já faz alguns meses, como foi chegar a esta posição?


Grandes mudanças, ou acontecimentos, surgem na combinação de vários fatores: sempre atuei na área de RH, principalmente em desenvolvimento, e fui me especializando em acompanhamento e orientação. Aliando algumas formações e mais o curso de Formação em Coach, fui implantando a metodologia internamente, na prática, e só depois dos resultados consolidados, a proposta de me dedicar exclusivamente, surgiu de forma espontânea.


Cia do Coaching - Fátima, lembro que numa conversa no começo do ano, você parodiou uma frase de uma bela canção ´ ...todo artista tem que ir aonde o povo está...´, assim, como Coach Interno você foi onde os seus clientes estavam. Eles se candidatavam ao processo de coaching? Há um programa específico para eleger os clientes? Como tem acontecido esta dinâmica?


Os ´candidatos´ veem a mim de 3 formas:

1) São encaminhados pela própria área de RH,

2) Os gestores, em geral superintendentes e diretores, por já conhecerem o processo de coaching, indicam, e

3) O próprio cliente sabe que o programa existe, me conhece e vem direto até a mim.

Quanto a ir até onde os clientes estão: a AG possui obras espalhadas pelo Brasil. Então, concentrei os clientes por região e cada sessão, vou até BH, Rio, Brasília e para as capitais do Sul.


Cia do Coaching - Agora falando sobre resultados, como você tem medido? Como é a contratação com o cliente? A empresa tem alguma orientação sobre quais resultados quer atingir?



A AG tem um acompanhamento de quem são os clientes, quais os objetivos que buscam no coaching e em qual sessão estão. Posso informar também se estão se dedicando ao processo e se tem havido faltas. O resultado é aferido ao final de cada processo, com a implantação dos planos de ação de cada um.

A contratação estabelece o sigilo na relação coach-cliente, e ele é informado de que as informações citadas acima são disponibilizadas para a AG. Combinamos também prazo, duração das sessões e a metodologia do trabalho.

Outro indicador que possuo é o número de desistentes -> até o momento ... nenhum!


Cia do Coaching – Parabéns Fátima! Outro ponto que gostaria que você compartilhasse conosco, como Coach Interno você percorre as unidades da empresa espalhadas pelo Brasil. Quais reflexões surgiram após estes meses? Como está o indivíduo Fátima Motta nesta empreitada?



Estar ´na estrada´ é muito gratificante, por mais cansativo que seja. O negócio da empresa é fascinante - construir a infra estrutura do país. De outra maneira, como poderia sobrevoar a selva amazônica? Ou entrar nos túneis de metrô? Ou conhecer uma barragem de hidrelétrica antes da abertura das comportas?

E junto com tudo isso, conhecer a empresa ´por dentro´ agiliza o entendimento do contexto dos clientes.


Cia do Coaching - Que tipo de questão tem chegado para você? Mais sobre desenvolvimento de competências, inquietações de cargo ocupado, promoções, crise internacional, questões pessoais, enfim, para o que o processo de coaching, com um Coach Interno, tem sido procurado?


Tudo isso e mais alguma coisa. Mas principalmente, cuido de coaching executivo, ou seja, o desenvolvimento de habilidades de liderança. Mas não é possível cuidar só dessas questões; os clientes vem inteiros para as sessões e as reflexões perpassam pela vida como um todo.


Cia do Coaching - Encerrando a questão do Coach Interno, você teria algo para falar sobre formação de coaches, algum conselho aos formadores ou aos pretendentes a exercer esta funçao? ou ainda, às empresas que estão experimentando ou querendo entrar nesta questão do coaching interno?


Tenho sim: não basta se munir de ferramentas! A formação exige uma ´viagem para dentro`. Ou seja, é preciso se conhecer, aprofundar-se nas questões próprias e dos seus clientes e ter interesse genuíno pelo outro. E saber respeitar os limites! Se você derrapar na ´curva`, vai tudo por água abaixo.

Cia do Coaching - Como você vê os cursos de formação de coaches (alguns muito rápidos, outros nem tanto) que estão surgindo e a quantidade de coaches colocados no mercado?


Acredito que a demanda seja crescente. Acho que existem muitas possibilidades de atuação. Os programas de desenvolvimento em grupo têm limitação de alcance. O coaching, com seu formato ´customizado` é muito eficaz.

Mas existe, por outro lado, dificultador, o coaching ainda é muito pouco difundido, e quem já ouviu falar, ´teme´ estar fazendo terapia. Isso, para o mundo corporativo, é um grande entrave. Quanto aos cursos de formação, é preciso analisar bem as propostas e ter espírito crítico para não se levar gato por lebre.


Cia do Coaching - Fátima Motta, desde a formação de coaches, que fizemos juntos, que outros cursos, workshops etc., você tem feito? Alguma indicação de livros, filmes etc.?


Confesso que estou fazendo pouco disso tudo. Mas tem uma coisa que me nutre muito: ler biografias. Com os olhos de quem analisa trajetórias para o alcance se sucesso.


Cia do Coaching - Fátima, para finalizar, algum aconselhamento para os coaches?


Sim. Que todo aquele que se interesse em atuar como coach, busque primeiro se conhecer com profundidade e que cuide do outro com compaixão e com a verdade!

Cia do Coaching - Espero que a face do Coaching Interno que você nos apresentou, possa provocar reflexões nos leitores, sejam empresas, formadores, coaches, clientes, enfim, aguardemos os comentários e perguntas para avançarmos mais. O blog Companhia do Coaching, agradece a sua entrevista.


Quem agradece sou eu pela oportunidade.

Beijos, Fátima Motta