Monday, July 6, 2009

Entrevista com Fátima Motta


Cia do Coaching - Fátima, como de hábito, sempre deixo para o entrevistado a forma como gostaria de ser apresentado nesta entrevista? Assim, fique livre para apresentar-se.


Saliento que, como tenho uma homônima, consultora de RH e também Coach, acho melhor dizendo meu nome completo: Maria de Fátima Almeida Motta. Psicóloga, com especialização em RH, com 29 anos de experiência como executiva e como consultora. Formada como Coach pelo Instituto Ecosocial, e, atuando nessa função, internamente, na Construtora Andrade Gutierrez.


Cia do Coaching - Lembro-me bem da sua mensagem anunciando que você passaria a ser Coach Interno, isto já faz alguns meses, como foi chegar a esta posição?


Grandes mudanças, ou acontecimentos, surgem na combinação de vários fatores: sempre atuei na área de RH, principalmente em desenvolvimento, e fui me especializando em acompanhamento e orientação. Aliando algumas formações e mais o curso de Formação em Coach, fui implantando a metodologia internamente, na prática, e só depois dos resultados consolidados, a proposta de me dedicar exclusivamente, surgiu de forma espontânea.


Cia do Coaching - Fátima, lembro que numa conversa no começo do ano, você parodiou uma frase de uma bela canção ´ ...todo artista tem que ir aonde o povo está...´, assim, como Coach Interno você foi onde os seus clientes estavam. Eles se candidatavam ao processo de coaching? Há um programa específico para eleger os clientes? Como tem acontecido esta dinâmica?


Os ´candidatos´ veem a mim de 3 formas:

1) São encaminhados pela própria área de RH,

2) Os gestores, em geral superintendentes e diretores, por já conhecerem o processo de coaching, indicam, e

3) O próprio cliente sabe que o programa existe, me conhece e vem direto até a mim.

Quanto a ir até onde os clientes estão: a AG possui obras espalhadas pelo Brasil. Então, concentrei os clientes por região e cada sessão, vou até BH, Rio, Brasília e para as capitais do Sul.


Cia do Coaching - Agora falando sobre resultados, como você tem medido? Como é a contratação com o cliente? A empresa tem alguma orientação sobre quais resultados quer atingir?



A AG tem um acompanhamento de quem são os clientes, quais os objetivos que buscam no coaching e em qual sessão estão. Posso informar também se estão se dedicando ao processo e se tem havido faltas. O resultado é aferido ao final de cada processo, com a implantação dos planos de ação de cada um.

A contratação estabelece o sigilo na relação coach-cliente, e ele é informado de que as informações citadas acima são disponibilizadas para a AG. Combinamos também prazo, duração das sessões e a metodologia do trabalho.

Outro indicador que possuo é o número de desistentes -> até o momento ... nenhum!


Cia do Coaching – Parabéns Fátima! Outro ponto que gostaria que você compartilhasse conosco, como Coach Interno você percorre as unidades da empresa espalhadas pelo Brasil. Quais reflexões surgiram após estes meses? Como está o indivíduo Fátima Motta nesta empreitada?



Estar ´na estrada´ é muito gratificante, por mais cansativo que seja. O negócio da empresa é fascinante - construir a infra estrutura do país. De outra maneira, como poderia sobrevoar a selva amazônica? Ou entrar nos túneis de metrô? Ou conhecer uma barragem de hidrelétrica antes da abertura das comportas?

E junto com tudo isso, conhecer a empresa ´por dentro´ agiliza o entendimento do contexto dos clientes.


Cia do Coaching - Que tipo de questão tem chegado para você? Mais sobre desenvolvimento de competências, inquietações de cargo ocupado, promoções, crise internacional, questões pessoais, enfim, para o que o processo de coaching, com um Coach Interno, tem sido procurado?


Tudo isso e mais alguma coisa. Mas principalmente, cuido de coaching executivo, ou seja, o desenvolvimento de habilidades de liderança. Mas não é possível cuidar só dessas questões; os clientes vem inteiros para as sessões e as reflexões perpassam pela vida como um todo.


Cia do Coaching - Encerrando a questão do Coach Interno, você teria algo para falar sobre formação de coaches, algum conselho aos formadores ou aos pretendentes a exercer esta funçao? ou ainda, às empresas que estão experimentando ou querendo entrar nesta questão do coaching interno?


Tenho sim: não basta se munir de ferramentas! A formação exige uma ´viagem para dentro`. Ou seja, é preciso se conhecer, aprofundar-se nas questões próprias e dos seus clientes e ter interesse genuíno pelo outro. E saber respeitar os limites! Se você derrapar na ´curva`, vai tudo por água abaixo.

Cia do Coaching - Como você vê os cursos de formação de coaches (alguns muito rápidos, outros nem tanto) que estão surgindo e a quantidade de coaches colocados no mercado?


Acredito que a demanda seja crescente. Acho que existem muitas possibilidades de atuação. Os programas de desenvolvimento em grupo têm limitação de alcance. O coaching, com seu formato ´customizado` é muito eficaz.

Mas existe, por outro lado, dificultador, o coaching ainda é muito pouco difundido, e quem já ouviu falar, ´teme´ estar fazendo terapia. Isso, para o mundo corporativo, é um grande entrave. Quanto aos cursos de formação, é preciso analisar bem as propostas e ter espírito crítico para não se levar gato por lebre.


Cia do Coaching - Fátima Motta, desde a formação de coaches, que fizemos juntos, que outros cursos, workshops etc., você tem feito? Alguma indicação de livros, filmes etc.?


Confesso que estou fazendo pouco disso tudo. Mas tem uma coisa que me nutre muito: ler biografias. Com os olhos de quem analisa trajetórias para o alcance se sucesso.


Cia do Coaching - Fátima, para finalizar, algum aconselhamento para os coaches?


Sim. Que todo aquele que se interesse em atuar como coach, busque primeiro se conhecer com profundidade e que cuide do outro com compaixão e com a verdade!

Cia do Coaching - Espero que a face do Coaching Interno que você nos apresentou, possa provocar reflexões nos leitores, sejam empresas, formadores, coaches, clientes, enfim, aguardemos os comentários e perguntas para avançarmos mais. O blog Companhia do Coaching, agradece a sua entrevista.


Quem agradece sou eu pela oportunidade.

Beijos, Fátima Motta

8 comments:

Pensar Sentir Querer said...

Muito importante o seu depoimento, Fátima. Serve para derrubar, inclusive, um certo preconceito que existe contra o coaching interno. Você soube driblar muito bem os riscos que este processo poderia ter e demonstra um cuidado constante na relação de confiança com o performer. Você conquistou credibilidade e batalha pra mantê-la. A meu ver,esta é a razão do seu sucesso.
Parabéns, amiga.
Um grande beijo.
Marcionila

Zilá said...

Fatima,
Parabéns por ter conseguido em tão pouco tempo a intenção de ser coach interno de sua empresa. Êta minerinha trabalhando em rápido e em silêncio. gol procê!
Gostaria de saber quais tem sido seus maiores desafios nos processos: investir na relação de confiança, traduzir seu novo papel, interpretar o processo para dismistificar o que quer que seja, ou outro...
Beijo e até breve!
Zilá

Ana Paula Doring said...

Muito legal a entrevista Fátima,

Fiquei bem feliz em saber que você está trabalhando com COMPAIXÃO e VERDADE em um empresa deste porte. Imagine o efeito em escala desta sua postura....

Parabéns!

Um grande abraço,
Ana Paula

Anonymous said...

Zilá,
Obrigada pelo retorno.
Estou atendendo maios de 30 pessoas. "Técnicamente" falando, esse é o meu maior desafio: são processos distintos, em fase distintas e objetivos distintos. Meu maior desgaste de energia é manter-me "plugada" com todos eles.
Por outro lado, como escrevi no nosso blog, deixar de ser executiva da AG e ainda estar lá dentro me mobiliza muito: tenho que me posicionar claramente na relação com o performeer, e também estar atenta aos processos internos.
Obrigada mais uma vez.
Beijos,
Fátima

Anonymous said...

Querida Ana Paula,
Obrigada e um beijo!
Vou contando os progressos, ok?!
Bjs,
Fátima

Eduardo Bomfim said...

Ola Fatima , parabens pela sua entrevista , trajetoria e resultados!!
Como voce tem feito para desenvolver as habilidades de lideranca dos seus performeres?
beijao,
Edu

Anonymous said...

Olá, Eduardo,
Tenho trabalho com instrumentos de identificação de perfil, como o MBTI e com o DISC (esse último,bem menos).
Como fiz o curso do ICI lá conheci muitas ferramentas. Uma delas é o 360o informal, onde ou eu ou o próprio performer solicita um feed back sobre seu estilo de liderança para seus liderados, para sua chefia e para clientes e parceiros internos.
Se a sua empresa tiver um 360 formal e recente, também pode ser usado, desde que o performer autorize vc acessá-lo.
Obrigada também pela força.
Beijos,
Fátima

Unknown said...

Fátima,

Parabéns pela determinação, sensibilidade, capacidade e pelos resultados e boa repercussão que seu trabalho tem gerado. É entusiasmante saber um pouco do que e como você já realizou esse desafio do Coaching Interno. Tentarei pegar uma carona e seguir seus passos, tentando viabilizar esse forte desejo meu em atuar como Coach, trabalhando internamente em empresa do mesmo segmento.

Felicitações desse seu admirador