Monday, December 21, 2009

Companhia do Coaching entrevista Monica Dalge


Cia do Coaching: Monica, você já conhece o costume do blog quanto às apresentações, então, na ordem que você quiser, apresente-se aos nossos leitores e amigos

Sou coach, com formação pela FIA e pelo Instituto EcoSocial. A minha formação acadêmica é Administração Hospitalar e Análise de Sistemas. Atuei como gestora na área de Tecnologia da Informação em grandes empresas por mais de 20 anos. Realizei trabalhos de Coaching Executivo e Learning Group na Accurate Informática e na empresa onde trabalhei até novembro passado.
Adoro viajar, trabalhar, conviver com a minha família e amigos, aprender, meditar, ouvir musica, cozinhar e caminhar.


Cia do Coaching: Além da Formação de Coaches do EcoSocial, você no ano passado buscou outras fontes no Budismo Tibetano. Pode nos contar um pouco sobre isso?

Conheci o programa SkillFul Means, que foca o desenvolvimento de habilidades enquanto trabalhamos, pelo meu coach Jaime Ozi do Instituto EcoSocial no processo coach-de-coach durante a minha formação.
Li o livro o Trabalho como Mestre escrito por Tartang Tulku que descreve a implantação deste trabalho na Dharma Publishing, gráfica da comunidade budista na Califórnia. Meses depois fui convidada a participar de um retiro na Califórnia, no Center for Skillful Means, sobre Mandala conduzido por Arnaud Maitland, diretor da gráfica, escritor e professor. A partir daí tomei contato com esta filosofia e com este programa voltado para o desenvolvimento de pessoas, equipes e empresas, tenho praticado para o meu desenvolvimento pessoal e profissional. Voltei agora em 2009, para a Califórnia para o meu segundo retiro, Training mind for the lidership. Foi então que pude ver o crescimento da comunidade e a modernidade da gráfica, num período onde a economia global estava no meio de uma crise financeira. Confesso que fiquei impressionada com o progresso naquele centro.
O programa é baseado na filosofia Budista Tibetana aplicada no mundo corporativo proporcionando o desenvolvimento orientado a resultado para as pessoas enquanto elas trabalham. Segundo os ensinamentos, o trabalho, que representa uma grande parcela das nossas experiências no dia-a-dia, é uma grande oportunidade para desenvolvermos ativamente e aperfeiçoarmos as qualidades universais que trazemos dentro de nós e que tornam a vida rica e significativa.
Além dos retiros, fiz os cursos TSW – Transforming Stress into Well-being, transformando estresse em bem estar para indivíduos e equipes, que permitiram que eu me tornasse parceira e instrutora de TSW no Brasil.
Agora estou fazendo o Módulo III – TSW estresse e tempo.
Para os interessados no programa, segue o link http://www.skillfulmeansprograms.com


Cia do Coaching: Como você agregou este aprendizado nas sessões de coaching?

A qualidade da minha presença aumentou, assim como, minha atenção plena e a escuta ativa mudaram com as práticas que tenho aplicado.
Uso a mandala como ferramenta que me auxilia na elaboração das perguntas abertas.


Cia do Coaching: Trabalhamos juntos atendendo coachees individualmente e também coaching de equipe. Como foi essa empreitada?

Essa empreitada, como você chamou, foi desafiante e marcante na minha carreira como coach. Os coachees eram jovens e nos encontros tínhamos uma grande troca. Capitalizei os aprendizados: improvisação, confiança, experiência, questionamentos, enfim, foi um ano que ocupei todas as noites fazendo coaching, tanto individual como em equipe. Formamos uma time de coaches para atender o cliente no seu processo de mudança e que funcionou muito bem. Faziam parte da equipe a Inês Homem de Melo e o Claudio Pavanini, com quem retornei a trabalhar nesta nova fase.


Cia do Coaching: Você acabou de sair de uma grande empresa, um passo muito importante e planejado há tempos. Como está se sentindo nesta transição?

Muito feliz. Confesso que na primeira semana me senti desorganizada, sem aquela rotina de levantar, me arrumar, ir para o trabalho, trabalhar, trabalhar. Na segunda semana fiz um curso intensivo que não faria se não tivesse redirecionado minha carreira, conforme planejado. Na terceira semana, comecei a ter rotina. E agora já me adaptei às mudanças.


Cia do Coaching: Temos uma colega e amiga comum, a Fátima Motta, que nos falou bastante sobre as perdas simbólicas, a empresa como sobrenome, as relações que rompem repentinamente etc. Nesta sua transição, como se preparou para estas quebras de vínculos?.

Estava mais preocupada com a situação financeira que com a quebra de vínculos, as relações, a empresa como sobrenome etc. Entretanto, tenho notado em visitas de prospecção, o quanto foi importante ter trabalhado nessas empresas, são ótimos cartões de apresentação.


Cia do Coaching: Gostaria de voltar ao Budismo Tibetano, a partir do curso que você fez na Califórnia, quais foram os desdobramentos?

Fiz outros cursos no Brasil como contei anteriormente, com supervisão da equipe americana. Continuo lendo alguns livros sobre o assunto, praticando Kum Nye, que é uma yoga tibetana, e meditando diariamente.
Em março de 2010 organizarei com outras pessoas da minha formação, a vinda do Professor Arnaud Maitland para o Brasil para dois seminários: Questioning mind e Training mind for time.


Cia do Coaching: Você foi uma das coaches do curso que continuou, após o Coach de Coaches, a fazer coaching com supervisão. Você continua fazendo? Qual é a relevância da supervisão?

Gosto tanto de coaching que não quero parar. Comecei com você, quando você estava terminando o ICI, depois como coach de coach e mais tarde, mais como manutenção do que como supervisão. Não estou fazendo coaching nem supervisão agora, a não ser com o grupo de estudos porque meus dois coaches acabaram virando parceiros de profissão e grandes amigos, mas, acho muito importante a supervisão para te dar um norte em alguns casos difíceis que pedem uma discussão mais aprofundada.


Cia do Coaching: Quais são seus planos para 2010?

Em 2010 terminarei o SBDG (Sociedade brasileira de dinâmica dos grupos), me prepararei para a certificação internacional ICF – International Coaching Federation e abrirei o meu escritório.


Cia do Coaching: Como foi o ano de 2009 para você?

Foi excelente. Viajei várias vezes com a minha família e sozinha para a Califórnia, estudei bastante, entreguei os projetos de integração na empresa onde trabalhei, fiz dois cursos TSW, fiz coaching com a equipe no banco, mudei de carreira em novembro, atendi vários clientes PF, voltei à prática do coaching de equipe com você (Claudio Pavanini), na ONG CDI, e agora, no NEF – Núcleo de Estudos Fiscais.


Cia do Coaching: Em relação a resultados como você percebe isso nas suas sessões de coaching?

Não é muito fácil medir, embora tenhamos estabelecido o resultado a atingir logo no início. Percebo que o resultado é bom quando o cliente se mobiliza e cumpre o plano de ação. É gratificante quando isso acontece.


Cia do Coaching: Que tipos de questão seus coachees teem trazido?

Apareceram muitas questões sobre carreira, equilíbrio entre vida profissional e pessoal, caso de auto confiança e falta de visão de futuro.


Cia do Coaching: Neste blog, que é aberto, existiria alguma preocupação, alguma questão, enfim, algo que você gostaria de chamar atenção, para este universo de coaches, coachees, potentials, processo de coaching, formações? Esta é a pergunta mais contante neste Blog.

O que tem chamado a minha atenção é a quantidade de coaches que estão se formando agora. Receio pela banalização. Priorizo a qualidade, o profissionalismo e o compromisso com a escolha que fiz. Como a questão do processo de coaching está num caminho de crescimento, talvez a Certificação seja uma solução boa para a qualificação e para a aplicação da melhores práticas.


Cia do Coaching: Outra questão clássica aqui do blog Companhia do Coaching. O que anda lendo, estudando, discutindo, assistindo, para o seu desenvolvimento contínuo? Gostaria de recomendar algo considera para os interessados na causa Coaching?

Li o Silêncio de Andrea Bomfim Perdigão, Fora de Série de Malcon Gladwell, Qual é a sua obra? de Mario Sérgio Cortela, Como integrar liderança e espiritualidade de Jair Moggi, Tríade do tempo de Christian Barbosa, O líder do Futuro de Arthur Diniz e Comer, Rezar e Amar de Elizabeth Gilbert. Mas não atingi minha meta que é ler pelo menos um livro por mês.
O curso na SBDG, o grupo de estudos e o Skillful Means teem mantido meu desenvolvimento continuo.
A minha recomendação aos interessados na causa Coaching é que tenham um grupo de estudos para a troca de experiências e possam aprofundar-se em assuntos de interesse comum.


Cia do Coaching: O Blog Companhia do Coaching agradece a sua entrevista.

Quem agradece sou eu pela oportinidade de participar no Blog da Companhia do Coaching
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Friday, November 20, 2009

Companhia do Coaching entrevista os coachees: Ana Cristina Guerreiro, Lissandro Luis Tonelotti, Shirley Iraola Mendonça e Claudia Cavazzini



Cia do Coaching: O hábito neste Blog é que cada um se apresente, assim, vamos numa ordem que vocês prefiram. Esta é a primeira vez que temos uma entrevista com quatro pessoas, vamos experimentar?

>> Ana Cristina, paulistana, residente em Indaiatuba, casada, sem filhos. Atualmente trabalho num banco e estou fazendo mestrado em Administração de Empresas, com foco em gestão de pessoas.

>> Shirley, casada, um filho, 25 anos de Mercado Financeiro, Sou formada em Administração e Comércio Exterior, nasci em São Paulo onde trabalhei 22 anos da minha carreira e, nos últimos três anos, trabalho na Região de Campinas como Gestora de Agencia.

>> Claudia Cavazzini, 3 filhos maravilhosos, bancária faz 25 anos, otimista, sempre em busca do lado bom das pessoas e dos momentos. Acredito que as dificuldades são necessárias para o aprimoramento do ser humano. Ah! Sou leonina, fiel, determinada, um pouco rabugenta, mas só às vezes ...rsrs... Estou cursando Administração de Empresas na AIEC, que por ser à distancia, me possibilitou esta retomada e devo concluir em 2011.

>> Lissandro, sou Gerente Geral num banco em Jaguariúna e tenho sob minha supervisão direta 16 colaboradores. Sou formado em Matemática e tenho 21 anos de mercado financeiro, sempre na área comercial.


Cia do Coaching: Existem algumas denominações para as pessoas que passam pelo processo de coaching, coachee, performer, potencial, cliente etc. Vamos tratar aqui como coachee. Então, vou direto ao ponto, como esta passagem pelo processo de coaching? Doeu mergulhar em alguns pontos mais internos?

Ana >> Não doeu nada. Na verdade o processo me fez acordar para coisas que estavam escondidas e que eu não tinha consciência ou se tinha, não sabia como lidar com elas.

Shirley >> No começo, confesso que foi difícil iniciar o processo, mas no decorrer das sessões, os trabalhos ou lições de casa desenvolvidos faziam com que eu me aprofundasse mais em retrospectivas, desenvolvimento pessoal baseado em pesquisas, que considero que foi o melhor de todos os desenvolvimentos, pois com ele tive a grande oportunidade de reconhecer os erros que vinha cometendo e ter a chance de consertá-los, enfim, foi incrível.

Claudia >> Bem, no início foi difícil. A questão de estar realizando o coaching com meu superior imediato me deixou insegura para falar, verdadeiramente, sobre a minha vida pessoal, sentimentos, enfim coisas mais íntimas, o que descobri ser essencial para que o processo realmente mexa nas feridas e possa reconhecer e tratar com a clareza necessária para cumprir o objetivo de crescimento e aperfeiçoamento.

Lissandro >> Foi um processo de crescimento a cada reunião. Chegamos meio acanhados, e depois, num processo de confiança mútua, permitindo tocar em assuntos que geralmente não são muito confortáveis. Foi bom lembrar algumas passagens e também entender algumas situações ocorridas em nossa vida pessoal e profissional.


Cia do Coaching: Voltando um pouco, como o processo de coaching chegou até vocês?

Ana >> Em uma conversa com o meu diretor, ele me ofereceu esta possibilidade e eu aceitei de imediato.

Shirley >> Fiquei sabendo que meu diretor exercia também o papel de Líder Coach, então, quando tive a oportunidade, na avaliação de desempenho, pedi a participação no processo de coaching e ele aceitou imediatamente iniciarmos este processo.

Claudia >> Depois que eu e o Bomfim estabelecemos a relação de confiança que eu precisava para falar sobre coisas pessoais e profissionais, mas que me expunham perante a ele, as sessões fluíram com naturalidade. Acho até que me traziam certo alívio por compartilhar com ele, dificuldades ao tratar determinados assuntos, no dia a dia.

Lissandro >> Foi numa conversa com meu Gestor, e recebi o convite para realizar o processo. Por que não? Aceitei e começamos.


Cia do Coaching: Esse processo foi individual? Coletivo? alguma imposição?

Ana >> O processo foi individual, sem qualquer imposição. Na verdade, eu ganhei um presente. No passado, já havia feito um processo coletivo em um treinamento do banco, mas, sinceramente, não consegui aproveitar todos os benefícios.

Shirley >> O processo foi individual, sem imposição alguma.

Claudia >> O processo foi individual. E apesar de não haver nenhuma imposição verbal, eu me senti um tanto quanto sem saída. Puxa vida! Ele é o meu chefe!

Lissandro >> Individual, sem imposição.


Cia do Coaching: Tiveram algum medo ou receio de rejeitar a participação no processo?

Ana >> Nem pensei da hipótese de me recusar. Na verdade, entendi que estava ganhando um apoio para o meu desenvolvimento.

Shirley >> Não, pelo contrário fiquei muito feliz em poder participar do processo.

Claudia >> O processo chegou até mim pelo Bomfim, que me explicou o que era e me convidou a ser a 1ª coachee da Regional, o que me causou algum incomodo e preocupação. Meu primeiro pensamento foi... afinal o que havia de errado comigo? Pois é, nem pensei em rejeitar o convite, mas no fundo queria que ele tivesse feito este convite para outra pessoa da equipe, pelo menos para depois eu perguntar, me preparar, sei lá.

Lissandro >> Em nenhum momento. Somos livres para aceitar ou não o convite. Coube a cada um ter a segurança e senioridade para aceitar o processo, sabendo tratar-se do coach como nosso gestor imediato. Não tive receio algum.


Cia do Coaching: Sair da zona do conforto, da naturalidade e ir para uma zona que existe alguma tensão, pode refrear alguns. Como foi isso com vocês?

Ana >> Para mim é muito difícil, até porque sou extremamente autêntica e ter que agir de forma diferente foi estranho no começo. Lembro-me que trabalhamos umas duas ou três sessões sobre isto. Ou seja, o quanto me custava tomar algumas atitudes e quais os benefícios que elas me trariam. Acostumei-me.

Shirley >> Encarei o processo como um desafio para mim, pois no decorrer do processo, a mudança de comportamento foi fundamental para meu desenvolvimento pessoal. Passei a reconhecer mais rapidamente quando meu nível de stress estava elevado e a administrá-lo para evitar os níveis insuportáveis que vinha atingindo nos últimos tempos, pelo fato de não estar atenta e, portanto, não identificá-lo.

Claudia >> Sair da zona de conforto é se arriscar, se expor, e o desafio até me estimula, mas na condição de conhecer o processo, e ser a primeira da equipe, me causou mais algum desconforto.

Lissandro >> Realmente, o processo me deixou, às vezes, meio atordoado, mas, foi bom falar de coisas que nos incomodam, pontos a melhorar, procurar entender melhor estas coisas e com isso evoluirmos pessoal e profissionalmente. Uma profusão de sentimentos, mas, fui para a zona de tensão criativa, confortavelmente.


Cia do Coaching: Voltando ao autoconhecimento, provocou alguma transformação em vocês, mínima que seja?

Ana >> Sim. O autoconhecimento provou transformações na minha vida pessoal e profissional. Conhecer-me melhor, possibilita pensar antes de agir, e com isto conviver melhor com meu marido e alcançar melhores resultados da minha equipe.

Shirley >> O processo de coaching mudou a minha visão e atitudes, tanto na minha função, quanto na vida pessoal. Ajudou-me nas reflexões, realçou e trabalhou positivamente minhas qualidades e, principalmente, identificando minhas fragilidades, me fez entender que lutar contra elas não é a melhor atitude, mas sim administrá-las ou resolvê-las com sabedoria.

Claudia >> Sim, eu tive que encarar alguns sentimentos que procurava abafar, pois me incomodam. Hoje, reconheço-os com mais rapidez e isso faz com que eu consiga algumas vezes inibi-los. Por exemplo, já consigo me controlar e direcionar um funcionário para que ele encontre as soluções, ao invés de dizer como tem que ser feito. Provoco-o para que ele pense na solução, mas dou algumas dicas, isso faz com ele participe mais, e traga muita coisa rica. Antes, eu pensava que, como líder, tinha que ter sempre a solução!

Lissandro >> Sim. Passei a prestar mais atenção em minhas atitudes e reações, exercendo maior controle sobre elas. Também trazendo parte do que aprendi para compartilhar no desenvolvimento da equipe.


Cia do Coaching: Já tinham passado por um processo de coaching antes? Se sim, que diferenças identificaram?

Ana >> Como falei anteriormente, já havia passado por um processo de coaching no banco. A principal diferença foi que no banco, a maioria das sessões foi via telefone e presenciais, em grupo. Neste último processo, fizemos individual e pessoalmente. Aproveitei muito mais o processo presencial, porque pude falar abertamente sobre vários assuntos pessoais, que não me senti à vontade para falar na frente de outros colegas do banco, no processo anterior. Por ser presencial e pessoal, o processo permite maior entrosamento entre as partes. Além disso, no anterior tive dificuldade de entender o que o coach tentava transmitir. Já no presencial, por pertencer ao mesmo ambiente de trabalho, os exemplos que exploramos me fizeram tomar maior consciência do que estava sendo necessário.

Shirley >> Não tinha passado por esse processo anteriormente.

Claudia >> Não, eu não conhecia o processo. Entendia que coaching nada mais era que feedback.

Lissandro >> Foi a primeira vez.


Cia do Coaching: Agora uma pergunta delicada: comparando-se com os outros colegas da Regional e as outras regionais que não passaram por processo de coaching, alguma diferença foi percebida?

Ana >> O que posso dizer é que evolui muito, pessoal e profissionalmente. Tenho as mesmas capacidades técnicas que tinha no ano passado, porém, consegui maior visibilidade na hierarquia de comando. Participei de dois processos seletivos internos importantes, e fiquei bem classificada nos dois. Numa das dinâmicas, os demais colegas deveriam votar em quem estaria apto naquele momento, e pelo que me disseram, obtive uma das maiores votações. Ou seja, tive o reconhecimento dos diretores que participaram da seleção (aproximadamente dez participantes), do Desenvolvimento Humano interno e externo, e dos colegas que “concorriam” junto comigo.
Outra situação marcante para mim foi uma dinâmica que fizemos dentro da nossa regional. Em pequenos grupos de gerentes gerais, tínhamos que identificar competências uns nos outros. As competências que meus pares apontaram como mais marcantes em mim, foram exatamente as que trabalhamos no processo de coaching. Fiquei muito feliz porque estou sendo reconhecida por algo que tinha dificuldade em praticar. Foi o reconhecimento do trabalho e do esforço aplicado. Valeu a pena!

Shirley >> Sim, através do processo de coaching, resgatou os meus valores, minhas competências, redescobri-me novamente, tornando-me uma pessoa melhor e, assim, aprendi a "olhar" as pessoas com outros olhos. Acho que isso nos diferencia dos demais que ainda não passaram pelo processo.

Claudia >> Não tive informações para falar de outras regionais, mas na nossa, aumentou a relação de confiança com o superior e também entre os pares, principalmente dos que participaram do processo de coaching, ficou sólida, transparente. O que quero dizer com isso é que não tenho receio de falar sobre minhas dificuldades e fragilidades com os colegas e também com o meu gestor.

Lissandro >> Hoje sou mais presente e participativo com todos, valorizando mais as equipes e incentivando todos a se desenvolverem.


Cia do Coaching: Voce indicaria para alguém este processo dentro da regional ou do banco ou mesmo fora?

Ana >> Sem dúvida! Acredito que o processo permitiu uma visão sob um ângulo especial e privilegiado de você mesmo, possibilita agir de forma equilibrada facilitando o relacionamento com as outras pessoas e potencializada na carreira profissional.

Shirley >> Sim, sem dúvida, esse processo nos acelera para a mudança do nível de consciência para um patamar mais elevado e, principalmente, o autoconhecimento.

Claudia >> Sim. Principalmente para os profissionais considerados seniors. O aprendizado é contínuo e muitas vezes me deparo com colegas que, na minha percepção, pararam no tempo, com todo respeito às individualidades.

Lissandro >> Sim. Acredito que todos podem e devem passar por esse processo de autoconhecimento e desenvolvimento. Esse é um trabalho para a melhoria de nossas vidas, não se restringe apenas ao profissional.


Cia do Coaching: Os que não participaram do processo de coaching reagem de alguma forma?

Ana >> Demonstram curiosidade sobre o processo.

Shirley >> Sim. Primeiramente há a curiosidade, mas, com as pessoas que tive oportunidade de falar do processo percebi que os profissionais teem muito interesse em participar. Também o que chama a atenção dos demais da equipe é a transformação, uma mudança de comportamento e visão que nós passamos a ter durante o processo. O que posso registrar é que alguns teem algum receio, por ser um processo com o nosso gestor imediato. Muitas matérias sobre Coaching falam que a prática com profissionais que não possuem nenhum vínculo é mais benéfica, uma vez que não gera nenhum constrangimento pelas partes. No meu caso, participei do processo sem nenhum constrangimento ou receio e falo aos colegas que depende muito de quem é o Coach, e o Bomfim sabe separar bem os seus papéis: Coach e Gestor.

Claudia >> Acredito que ficam curiosos, mas não querem expor-se. Não querem avaliar o custo do desconforto pelo benefício de se conhecer melhor para ampliar ainda mais sua atuação, que é a inspiração para a equipe de sucesso.

Lissandro >> Acho difícil falar por outros. Muitos nem sabem que participamos do processo de coaching. Alguns podem não estão preparados para falar de sua vida pessoal, podem não perceber que tudo anda em conjunto, o pessoal e o profissional.


Cia do Coaching: Algum ponto o processo de coaching não abordou e que você sugeriria?

Ana >> A condução do processo foi focada nos pontos onde eu mais sentia necessidade, portanto, nós pactuamos os principais assuntos e os tratamos individualmente.

Shirley >> Não. O processo utilizado foi bem focado e atingiu todas as minhas expectativas.

Claudia >> Entendo que, uma vez iniciado o processo de coaching e despertada a consciência de fraquezas e fortalezas de competências para a função, poderia haver encontros para avaliar as melhorias e rever os métodos de atingi-las.

Lissandro >> Não. Estou satisfeito com o processo, pontos abordados e resultados.


Cia do Coaching: Uma vez terminado o processo de coaching, você espera alguma manutenção do processo?

Ana >> Sem dúvida. Em algumas situações sinto falta das nossas conversas. Tenho receio de que as percepções acabem reduzindo com o decorrer do tempo.

Shirley >> Sim e tenho certeza que terei, pois no final do processo ele já se colocou a disposição e deixou bem claro que, no que for preciso, poderei contar com ele.

Claudia >> Acho que já respondi, mas vou aproveitar para reforçar: COM CERTEZA!
Lissandro >> Seria importante avaliarmos o que mudou e o que tentamos mudar e não conseguimos. A evolução apresentada e correções ainda necessárias.

Lissandro >> Seria importante avaliarmos o que mudou e o que tentamos mudar e não conseguimos. A evolução apresentada e correções ainda necessárias.


Cia do Coaching: A produtividade aumentou?

Ana >> Aumentou substancialmente. Este está sendo um ano muito difícil para os negócios, e saber lidar com as adversidades e situações inesperadas com tranquilidade está sendo um grande diferencial.
Muitas agências do banco ainda estão trilhando o caminho da entrega das metas de produtos ou de evitar prejuízos financeiros em função da inadimplência provocada pela crise financeira. Minha agência entregou todas as metas de produtos até agora e tem se mantido em posição satisfatória na qualidade de crédito. Somos destaque em atendimento e satisfação de clientes no interior de São Paulo. Já ia esquecendo, somos referência no novo modelo comercial do banco.
Em momentos difíceis como os que estamos vivendo este ano, acredito que se conseguimos tudo isto, foi porque minha equipe é fantástica, comprometida e também, porque eu estava preparada para estes desafios.

Shirley >> Sim e gostaria de ressaltar a importância do processo para o alcance dos objetivos, uma excelente maneira de encontrar com o meu sucesso pessoal. Saber de fato o que fazer para contribuir com a organização, saber onde quero chegar, quais caminhos percorrer e quais estratégias utilizar para alcançar metas e objetivos traçados. Reconhecer e valorizar pessoas que contribuam, ter consciência e sabedoria do valor de um trabalho em equipe, somando talentos e forças, enfim, fazendo a diferença.

Claudia >> Sim, porque perco menos tempo com alguns processos, mas ainda tenho muito a melhorar na gestão do tempo.

Lissandro >> Tenho um histórico de alta performance, o processo ajuda a entregarmos de modo mais fácil, com menor esforço.


Cia do Coaching: Que outros resultados positivos você atibuiria ao fato de ter passado pelo processo de coaching? Conflitos, relacionamentos, inclusive com o cliente, maior nível de compromisso com a empresa, enfim, o que mais?

Ana >> Na verdade, percebo que alcancei um entendimento maior dos meus comportamentos e sentimentos, e isto me ajuda com os colegas, com os clientes, e principalmente comigo mesma.

Shirley >> O processo de coaching contribuiu significativamente para a expansão de minha autoconsciência, que trouxe mais equilíbrio e, consequentemente, mais felicidade, pois promoveu uma maior flexibilidade e versatilidade. Minhas habilidades de liderança, de delegar e de tomada de decisão também melhoraram. Agora tenho outro olhar para o timing do cliente, suas particularidades, enfim, tudo que possa proporcionar um relacionamento comercial adequado.

Claudia >> Procuro ouvir mais clientes, funcionários, família e amigos. E estou aprendendo a dar ouvidos aos que falam, ao invés de, simplesmente, escutar.

Lissandro >> Como disse anteriormente, maior segurança, ter a consciência diária no convívio com as pessoas, ter maior observação com os clientes, seus hábitos, suas atitudes. Enfim, administrar conflitos, atenção constante com pares, superiores e familiares.


Cia do Coaching: Estamos num blog aberto, existe alguma questão, preocupação, enfim, algo que você gostaria de chamar atenção para o processo de coaching?


Ana >> O coaching influenciou muito positivamente na minha vida pessoal. No meu trabalho, fez com que eu me posicionasse com as colegas e superiores, de forma melhor, mais produtiva e assertiva. Pela experiência que tive, sugiro que todos os profissionais com interesse e possibilidade de crescimento façam sessões de coaching. Acredito haver três caminhos importantes para o coaching: 1) Pelas empresas: o capital humano é o seu principal diferencial competitivo, logo, investir nos seus profissionais é abrir espaço para o crescimento sustentável nos negócios; 2) Os profissionais: Cada um é responsável pela sua carreira, se a empresa não o apoia, acho que ele deve procurar abrir seus horizontes. 3) Por fim, ter a sorte de ter um líder coach. Poder ter alguém de confiança, discutindo os caminhos com exemplos práticos e profissionalismo, não tem preço. Gostei tanto do processo, que no final já estava tentando inverter os papéis. Gosto de negócios e de gente, por isso, para 2011 quando terminar o mestrado em Administração, vou procurar um curso de coaching.

Shirley >> Com certeza este processo me deixou com uma série de novos rumos, tanto particulares como profissionais. Na prática, este processo elevou minha auto-estima. Após o aprendizado estou aplicando o processo com minha equipe que vem trazendo benefícios aos colaboradores no autoconhecimento, competências existentes e o principal, “Melhoria nos Resultados”, entendo que funcionários motivados e felizes produzem muito mais.

Claudia >> Penso que pela empresa, poderíamos receber mais informação sobre ferramentas que podem nos ajudar no desenvolvimento, e por que não colocar a disposição alguns testes online, por exemplo?

Lissandro >> Se o coachee não estiver disposto a ser totalmente transparente, abrindo sua vida pessoal e profissional e não confiar no Coach, o processo não terá evolução. Ao mesmo tempo, o Coach tem que ser extremamente profissional e competente, seguro de sua responsabilidade como condutor do processo.


Cia do Coaching: O que vocês teem lido, ouvido, assistido, enfim, querem aconselhar a outros clientes de coaching? Filmes, peças de teatro etc.

Ana >> Montamos um grupo de estudos na nossa diretoria e estamos estudando competencias. Gostei muito da competência emocional e tenho lido várias coisas sobre este tema.

Shirley >> Li, isto é, tenho ouvido no formato MP3, recentemente, ouvi ´O Monge e o Executivo`. Também muitas matérias atualmente trazem o assunto Coaching, e, em nosso dia a dia, percebemos o quanto é importante todo o processo e, principalmente, ter feito parte dele, o quanto é gratificante. O mundo continua constantemente gerando mudanças. Soluções rápidas, mas o mais importante, a chave do negócio, é saber lidar com as pessoas. Portanto, gostaria de ressaltar o papel de meu Gestor e Coach, que tem como objetivo maior, o crescimento das pessoas como seres humanos e não somente como profissionais.

Claudia >> Ultimamente só me sobra tempo para ler o conteúdo da faculdade, e olhe lá. Quando posso assisto filmes mas, na maioria das vezes, a escolha fica por conta dos meus filhos, é a nossa hora de lazer, juntos!

Lissandro >> Trabalhando com a Inteligência Emocional do Daniel Goleman, A Semente da Vitória do Nuno Cobra e o filmes: Menino de Pijamas Listrados e Cavaleiros do Apocalípse.


Cia do Coaching: O Blog Companhia do Coaching agradece a entrevista.


Ana >> Quem agradece sou eu pela oportunidade de participar. Aproveito para parabenizar a iniciativa do grupo da Companhia do Coaching, que tem buscado adquirir cada vez mais conhecimentos e disseminar aqui no blog e nas empresas onde trabalham. Parabéns!

Shirley >> Quem agradece a oportunidade sou eu. Obrigada.

Claudia >> Eu agradeço a oportunidade por dividir minha experiência, e talvez, incentivando, encorajando outros profissionais a passar pelo processo. Meu crescimento não foi somente profissional, mas também pessoal. É muito importante procurar nos conhecer, e reconhecer as mudanças pelas quais passamos e como reagir a isso. Agradeço ao Bomfim pela paciência e condução do processo.

Lissandro >> Obrigado.

Thursday, October 22, 2009

Trecho do livro ´Coração de Líder´, de Marco Fabossi


Coração de Líder, Editora AbbaPress, e lançado em Agosto de 2009, no CONARH.

Marco Fabossi é Palestrante, Escritor, Consultor, Coach Executivo e de Equipe, com foco em Liderança.

Quando eu tinha por volta de oito anos decidi estudar violão. Minhas aulas aconteciam nos fundos de uma quitanda, e por casualidade, o quitandeiro era também o professor.
Depois de alguns meses, tivemos nossa primeira prova prática. Eu estava seguro de que eu me sairia bem, já que comparado aos outros alunos, eu realmente estava tocando melhor.
Todos os alunos participaram da prova juntos, na mesma sala, um por vez. Enquanto um se apresentava, os outros ficavam observando.
Depois de todas as apresentações, mais do que nunca eu estava convicto de que teria a melhor nota, apesar de todos terem se esforçado bastante.
Em seguida, nosso professor iniciou seus comentários e avaliação sobre cada aluno. Quando chegou a minha vez, ele já havia avaliado outros três ou quatro alunos, e com base em suas notas eu estava convicto de que a minha seria dez ou muito próxima disso, porém, aquele professor olhou seriamente para mim e disse:
- Marco, você tocou muito bem. Bom ritmo e boa técnica. Meus parabéns. Sua nota é seis.
- O que? Como assim, seis? O senhor mesmo disse a eles que precisavam melhorar o ritmo, que devem praticar mais para não cometeram tantos erros, e deu a eles notas maiores que seis!
- É verdade Marco, sua apresentação foi a melhor de todas, porém eles deram tudo o que podiam dar, eles fizeram o melhor; você não. Você pode ir muito além daquilo que me mostrou hoje, por isso sua nota é seis.
Eu simplesmente encolhi os lábios, abaixei a cabeça, silenciei, e rapidamente entendi o que aquele professor estava querendo me ensinar: enquanto eu me comparava com meus colegas, ele me comparava com aquilo que sabia que eu poderia ser.

Certamente, com esforço, dedicação e perseverança, você e eu seremos capazes de chegar sozinhos a um bom lugar, porém, é bem provável que este bom lugar não seja aquele em que poderíamos estar.
Sem que percebamos, temos a tendência de nos comparar com as pessoas que estão ao nosso redor, ao invés de olharmos para aquilo que realmente.

Monday, October 5, 2009

Companhia do Coaching entrevista João Luiz Pasqual


Cia do Coaching: João gostaria que você mesmo se apresentasse nesta entrevista.

João Luiz Pasqual, atuei no mercado financeiro no Brasil e no Exterior (América do Sul e Europa) por 34 anos. Fui, nos últimos 17 anos Diretor Executivo responsável por Tesouraria e Área Internacional em instituições como: Banco Real, UNIBANCO, Banco Sudameris e Banco ABN AMRO Real. Graduado em Matemática pela PUCC-Campinas e UNIP-São Paulo, com MBA em Comércio Internacional pela FIA/USP e extensão na Université Pierre Mendès, em Grenoble na França. Sou Senior Coach com formação Arvoredo-FIA/USP, ICI-Brasil, membro da International Coach Federation e diplomado pelo INSEAD-Fontainebleau-França no curso Consulting and Coaching for Change, onde também recebi o Diploma In Clinical Organizational Psychology. Sou membro associado da ICF – International Coaching Federation dos EUA. Sou também membro do IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa.
Atuei fortemente como Coach interno e Mentor do Banco Real até Agosto de 2008. Hoje sou Sócio-Diretor do Arvoredo-Assessoria em desenvolvimento Ltda.


Cia do Coaching: Nos conhecemos pelas relações de trabalho na empresa na qual trabalhamos juntos, cursamos algumas formações comuns, e você tem uma formação no exterior também, pode nos contar um pouco sobre este curso na França? Metodologias, abordagens adotadas etc.


É verdade, tive a honra de participar, ainda como executivo do mercado financeiro, de uma formação no INSEAD, com 18 meses de duração, chamado Consulting and Coaching for Change, uma proposta para que as pessoas que por lá passam, adquiram conhecimento para entenderem com profundidade, o papel do comportamento humano na performance organizacional. A proposta é inovadora, apesar dos já quase dez anos de existência, por trazer o conceito do “clinical approach” permitindo e promovendo uma transformação importante em cada indivíduo, na busca da interiorização dos drivers básicos do comportamento humano bem como, a identificação e a gestão das dinâmicas das equipes e das organizações.

Cia do Coaching: Alguma diferença acentuada nos conceitos de coaching? Ou alguma outra que tenha chamado sua atenção?

Não, mas a consolidação dos chamados pontos vitais de um bom Coach que seja reflexivo por excelência e um poderoso agente de mudança, visando sempre a combinação – ideal – de pessoas, organizações e objetivos corporativos.

Cia do Coaching: No banco que trabalhamos juntos, você já exercia o papel de líder coach? Quais frutos colheu? Que conselhos poderia dar para executivos que estão ainda no início desta fase?

Acredito que eu exercia sim, o papel do líder coach, e foi assim que colhi, vários frutos, por exemplo, em várias situações de pós aquisição, o índice de aproveitamento de minha equipe, historicamente foi elevado. E, reconhecidamente, como uma equipe de alta-performance. Durante a vida profissional, recebi sempre muitos feedbacks que as pessoas gostavam de trabalhar na minha área e comigo também.
Não daria conselhos, mas faria uma provocação para que os executivos que se encontrem no início desta fase, não desistam e perseverem na busca do auto-desenvolvimento e promovam sempre um bom ambiente de trabalho, pois não é fácil buscar isso em organizações que não estejam maduras, para acolher esta postura do líder coach e muitas vezes, trocam os resultados de médio e longo prazo, pelos de curtíssimo prazo.


Cia do Coaching: João Luiz, você tornou-se sócio de uma empresa que também faz Formação. Que coisas tem enfrentado? Algum tipo de assédio para parcerias, por exemplo? Enfim, que coisas são essas?


Bem, no Arvoredo, não fazemos formação de Coaches, mas do líder-coach, e temos um programa em parceria com a FIA/Progep com encontros semanais por um prazo de seis meses. O programa é baseado na ampliação da percepção e na elevação do nível de consciência das pessoas; instiga a curiosidade natural do Ser Humano e sua criatividade. O processo de formação lida todo o tempo com mudanças e transformação e com a resistência à mudança.
Trabalha, além de conceitos, função e instrumentos do Coach, posturas fundamentais de um Coach que são: O acolhimento, o ver, a escuta, o saber se colocar no lugar do outro, a interferência e o uso do feedback, o uso do poder e a tomada de decisão. Temos feito algumas parcerias com empresas de search, para Coaching Individual que não concorrem com o que fazemos e nós – arvoredo – não concorremos, além de termos um alinhamento natural de conceitos e valores.
Tem dado muito certo e mais uma vez, comprovamos que tudo que se faz com método, organização e paixão resulta em êxito.

Cia do Coaching: Como foi esse processo de passar de executivo de um dos maiores bancos no Brasil para o exercício do ofício de Coach? Considera um privilégio o networking?

O processo transitório foi lento, bem planejado, com muita preparação interior para largar as amarras corporativas, o que costumo chamar de “algemas de ouro”. Não menos importante, foi a dedicação para a preparação técnica, acadêmica essa de longo prazo e que acredito não para nunca, o ofício de Coach exige muito estudo e uma abertura para o aprendizado. Não cabe como muitas vezes somos induzidos a pensar no mundo corporativo, que já sabemos tudo. A humildade faz parte de uma das características vitais do Coach. Para mim, o networking é peça fundamental para que a transição entre carreiras seja feita, não é um exercício tão óbvio, mas que requer muita disciplina e abnegação.
O grande segredo, é saber nutrir o seu networking de forma legítima, limpa e sempre de forma transparente, lembrando que o a troca precisa ser justa e equilibrada, tem que ser na base do ganha-ganha, se só um ganha não funciona.

Cia do Coaching: Na instituição na qual nos conhecemos, os programas de desenvolvimento das lideranças é bastante forte. Qual é a sua leitura do mercado neste momento? Considerando a crise iniciada em 2008, suas percepções etc.

Não dá para generalizar, mas acho que durante o auge da crise, muitas empresas ficaram paralisadas, e acabaram abandonando ou deixando para um segundo plano, programas de desenvolvimento que levaram anos e muito investimento para desenvolverem. Ledo engano em minha opinião.
As empresas que persistiram em manter os planos de desenvolvimento das equipes estão mais bem preparadas para as oportunidades que a própria crise oferece, estarão mais fortalecidas em momentos de retomada da economia, que embora discretamente, já dá sinais de recuperação.

Cia do Coaching: Algum conselho para empresas que oferecem programas de coaching? Ou para alunos (se é que está dando aulas)

Houve uma retomada dos processos de Coaching individual para os executivos das empresas, e muitos Executivos teem me procurado para o Coaching por iniciativa privada, sem o apoio da empresa, fato que reputo como um momento de muita consciência desses executivos, que buscam serem pessoas diferenciadas, e nestes casos, os preços são mais acessíveis, até por ser uma recomendação da ICF no código de ética.
Também tenho alguns processos Pro-bono, quando considero no caso a caso que o Coachee precisa passar pelo Coaching, não tem condição de remunerar meu trabalho, mas, oferece dentro do que já mencionei, a possibilidade de troca, desafio, aprendizado e vivência para que eu me desenvolva como pessoa e Coach.
Tenho muito cuidado com a linguagem, e conceitos, quando estamos em contato com potenciais contratantes, pois há muita confusão no nosso mercado.
O Arvoredo é pioneiro em Coaching de Equipe, tendo iniciado em 1998 nessa área um primeiro trabalho para líderes de empresas, um grupo de Coaching com foco em Criatividade. Depois lançou, em novembro de 2000, o seu e-training “Coaching - Posturas Fundamentais de um Coach”, um programa híbrido cuja base se encontra em CD-ROM, complementado pela reflexão e troca entre os participantes, em encontros presenciais, sobre a realidade em que atuam e sua ação transformadora dessa realidade. Trata-se de um trabalho que atinge direta ou indiretamente todos os colaboradores de uma organização, que passam a atuar de forma integrada e criativa, tornando a empresa um organismo vivo, que caminha em direção aos melhores resultados para si e para todos que dela fazem parte.

Cia do Coaching: Como você vê a qualidade dos cursos de formação de coaches? Há uma quantidade de coaches sendo despejados no mercado e com n qualificações de tipos de coaching. Pode comentar esta questão?

Concordo que há uma oferta enorme de formações, que despejam Coaches no mercado, claro que algumas muito sérias, éticas e cuidadosas, outras nem tanto. Por isso eu me dedico muito ao combate de tais confusões conceituais, e acredito que teremos muito trabalho, pois infelizmente o Ofício ainda não é regulamentado e a não regulamentação, deixa espaço pra que aconteçam exageros e entidades e pessoas inescrupulosas sobrevivam.

Cia do Coaching: Como você vê a questão de um Coach Interno na empresa?

O assunto é muito delicado, eu já fui Coach interno no Banco, o processo funcionou, mas poderia ter dado muito errado, pois os riscos de conflito de interesse são enormes e o aspecto confidencialidade pode ser comprometido.
Mesmo tendo passado por um processo que deu certo, eu não recomendo que as empresas adotem o conceito. Apoio fortemente os processos de “Mentoring” que é claramente diferente e atende necessidades específicas das corporações, mesmo assim, o processo deve ser planejado e muito bem implantado, do contrário, não funciona. E o processo de “Mentoring” deve ser monitorado pela empresa.

Cia do Coaching: Que resultados / métricas você tem contratado nos processos de coaching?

O processo de Coaching no Arvoredo não é algo que acontece ao Coachee, mas sim algo que acontece ATRAVÉS do Coachee.
No programa de Coaching Executivo e Individual do Arvoredo, o Coachee é sujeito e dono do seu próprio processo de desenvolvimento, aprendendo a descobrir, na prática, como utilizar melhor suas capacidades e possibilidades, assumindo novas posturas, ampliando a qualidade do seu desempenho pessoal e profissional.
O papel do Coach Arvoredo é proporcionar ao Coachee um espaço propício ao seu desenvolvimento, no qual a curiosidade e o desejo de buscar mais para si são as molas propulsoras do processo, levando-o a produzir e criar de forma genuína e com resultados especiais.
Eu não contrato métricas de resultados, o trabalho entre o Coach e o Coachee permanece dentro dos limites da relação dos dois, sendo que o Coach não tem o direito de discutir nada do que se passa no processo com a empresa (a não ser que aconteça um excepcional pedido da parte do próprio Coachee, com sua total conivência). Este é um trabalho que exige, mais que outros, um forte contrato de confiança entre a empresa e o consultor.

Cia do Coaching: Estamos num blog aberto, existe alguma questão, preocupação, enfim, algo que você gostaria de chamar atenção neste universo de coaches, coachees, potentials, processo de coaching, formações?

Sim e acho, respondo a estas questões nas perguntas que se seguem. Minha maior preocupação, é que nosso mercado se auto-regule, até que a profissão seja regulamentada.

Cia do Coaching: O que você pensa a respeito de Certificação pelo ICF? É um processo que demanda tempo e dinheiro por parte do Coach. Como você vê esta questão? É uma tendência?

È definitivamente uma tendência, e as empresas cada vez mais, demandarão uma credencial dos Coaches contratados. Eu reputo a ICF como uma excelente instituição, que luta há muitos anos pela regulamentação da profissão. Acho que o processo de Certificação é necessário, para disciplinarmos conceitos, atitudes e comportamentos de muita gente que se diz Coach, mas faz tudo menos Coaching.
Tempo e vivência, fazem parte da boa formação, por isso, sou favorável e a ICF mais uma vez tem envidado esforços para baratear os custos das Certificações, e quanto mais nos engajamos como Coaches a estes movimentos, por exemplo, participando das pesquisas que a entidade promove, mais fazemos a nossa parte, para a regulamentação da profissão.

Cia do Coaching: O que anda lendo, estudando, discutindo, assistindo, para o seu desenvolvimento contínuo? Poderia recomendar algo que considera importante, para os interessados na causa Coaching?

Tenho estudado muito, com uma carga de leitura apaixonante. Estou neste momento, relendo o livro “The Leader on the Couch” de um prefessor do meu curso no INSEAD, Manfred Kets de Vries, e acabo de ler o livro O andar do Bêbado de Leonard MLODINOW, que é um verdadeiro guia de como o aleatório, afeta nossas vidas.
Recomendo que os interessados na causa de Coaching se associem a alguma entidade séria e respeitada neste mercado, que tenha um código de ética bem divulgado, e que busquem sempre uma certificação séria de longo prazo.

Cia do Coaching: O Blog Companhia do Coaching agradece a sua entrevista.

Agradeço a oportunidade e parabenizo sua iniciativa, são veículos como o Blog, Companhia do Coaching, que farão a diferença nesse mercado, oferecendo informação com seriedade e transparência à sociedade e às empresas.

Sunday, September 13, 2009

Companhia do Coaching entrevista Jussara Duarte


Cia do Coaching: Jussara, sempre deixo para os entrevistados se apresentarem como quiserem, assim, fique à vontade:

Jussara Duarte de Souza, formada em Coaching pelo Instituto Ecosocial de São Paulo. Graduada em Administração de Empresas pela FUMEC-MG e pós-graduada em Recursos Humanos e O&M, Marketing pela Fundação Getulio Vargas e Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Mestranda em administração de empresas com foco em desenvolvimento humano. Há mais de 25 anos em organizações de médio e grande porte no Brasil em funções executivas nas áreas de recursos humanos, gestão e desenvolvimento de pessoas, Marketing e Comunicação. Atualmente Coach em processos de mudanças e desenvolvimento profissional de líderes

Cia do Coaching: Jussara, fizemos juntos a Formação de Coaches no Instituto EcoSocial e você também passou pelo processo de Coaching. Como você resumiria o processo de Coaching e sua evolução?

Superou todas as minhas expectativas. A minha primeira evolução foi o entendimento que exercia o papel de líder de forma equivocada. Era uma executiva do estilo diretiva e não tinha a visão que minha equipe era muito pouco desenvolvida, pois, meu estilo não permitia. Assim fiz minha primeira grande mudança. Quando comecei a atender fui me surpreendendo com os resultados que meu trabalho de coaching estava alcançando. Assim fui desenvolvendo um talento amortecido dentro de mim e que precisa vir à tona. Em fevereiro deste ano saí do Banco, criei a empresa FOCUS COACHING - Desenvolvimento Profissional e Pessoal e assumi minha profissão como Coach de forma integral. O resultado cresce a cada dia e estou muito feliz.
Neste processo a Marcionila Dourado, nossa colega de formação, entrou como minha parceira e temos desenvolvidos alguns trabalhos juntas.

Cia do Coaching: Na sua empresa há programas de desenvolvimento com aplicação do processo de Coaching?

Acho que nunca entenderam direito o que era Coaching. Hoje o assunto começa a passar pela cabeça da direção.

Cia do Coaching: Sua empresa é assediada, se é que é este o termo, por outras empresas que também oferecem Coaching? Que tipo de Coaching é oferecido? Que novidades ou coisas estranhas estão aparecendo?

O que tenho visto no mercado mineiro é muita gente falando que faz coaching, mas na realidade estão fazendo mentoring ou consultoria. Vejo divulgação de cursos de pequena duração (30 a 40 horas) que habilitam profissionais a atuarem como coach. As empresas e os profissionais têm pouca informação do que realmente é coaching e quais as habilidades necessárias para aplicá-lo. É sempre confundido com Outplacement. Como todo modismo, fica muito no superficial para quem não busca informação no local correto.

Cia do Coaching: Neste momento, aparentemente, estamos começando a sair da crise internacional. Algumas empresas travaram os orçamentos para programas de desenvolvimento. Você tem sentido nas empresas que presta trabalhos este estancamento dos programas?

Senti uma retração nos processos empresariais e pessoais também. Mas, hoje, setembro de 2009, percebo uma melhora nas demandas.

Cia do Coaching: Jussara, que tipo de questões mais comuns têm chegado dos seus Coachees ou Clientes ou Performers ou Potencials como li recentemente?

A questão mais comum dos jovens é o que fazer com tantos cursos e um emprego medíocre. Para quê? O que as empresas estão querendo? O que eu quero para a minha vida profissional? Sinto os jovens muito perdidos na definição do seu caminho e de entendimento das suas habilidades e talentos. Acho que é aí que está a maior demanda de mercado.
Para o público mais maduro, a questão mais comum é a insatisfação com as empresas, ou seja, a incompatibilidade de uma realização profissional e ter que submeter a uma política de poderes e jogos. Mas estes são menos suscetíveis de mudança, preferem a zona de conforto por mais desconfortável que esteja sua vida.

Cia do Coaching: Você colocou dois públicos, está desenvolvendo ferramentas para mobilizar estes indivíduos para a ação? Aprofundando um pouco, quando você diz que o público mais maduro prefere a zona de conforto, suas técnicas são para mobilizá-lo ou para tirar o desconforto?

Quando falo da zona de conforto é que o querer tem que estar ativado, mudar dá muito trabalho. O caminho é do autoconhecimento e identificação de pontos fortes, fracos e vulnerabilidades. Na maioria das vezes ele tem uma lista de “achologia”, mas raramente há consistência e não se apropriam das suas competências. Nunca têm tempo para investir em si mesmos.

Cia do Coaching: Você sente diferenças neste mercado de Coaches, com o eixo Rio-São Paulo? Que tipo de diferenças?

Sim. Belo Horizonte ainda é um mercado tradicional e demora a assimilar novas técnicas. Para este mercado somente as grandes empresas tem contratado serviços de coaching. O preço do coaching individual aqui é um terço mais barato do que SP. Enquanto um processo em SP pode girar em torno de R$ 600,00 a 800,00 a hora. Aqui, para grandes empresas, o valor está em torno de R$ 400,00 a sessão. Se for pessoa física este valor cai 40%. Coaching em equipe desconheço quem esteja fazendo, a não ser eu e Marcionila Cotta Dourado, www.humanaconsultoria.com.br

Cia do Coaching: Você tem uma boa caminhada pelo mundo corporativo, agora como Coach, como concilia os seus aprendizados?

A base, a consistência, a segurança que tenho hoje nos processos de coaching devo a minha experiência de mais de 25 anos como executiva e o domínio das áreas de Recursos Humanos, marketing e comunicação.

Cia do Coaching: Temos aqui no blog, uma entrevista com a Fátima Motta, uma mineira também, nos dando informações ricas sobre o Coach Interno. Como você vê esta questão nas empresas da região?

Desconheço empresas daqui que pratiquem o coaching interno.

Cia do Coaching: Que resultados / métricas você tem contratado nos processos de coaching? Como você apresenta os resultados, seja para um processo numa empresa ou num coaching individual?

Os resultados são identificados pelos próprios Coachees ou pela mudança de atitude dos executivos dentro da organização. Conforme os encontros vão avançando vamos avaliando os resultados. Ele é checado sessão a sessão.

Cia do Coaching: Este blog é aberto, há algo que você gostaria de chamar atenção neste universo de coaches, coachees e coaching?

Acredito que as entidades sérias e que realmente formam profissionais prontos paro o mercado, devem desenvolver um trabalho de assessoria de imprensa divulgando a importância do processo de Coaching, tempo necessário de formação e quais as habilidades mínimas necessárias para aplicar um processo de coaching que realmente trará resultados para o indivíduo e para a organização. Acho que este blog cumpre este papel de divulgar trabalhos sérios e éticos. Talvez seja necessário divulgá-lo mais. Procurar a ABRH nacional e provocar debates sobre a profissão.

Cia do Coaching: O que anda lendo, estudando, discutindo, assistindo para o seu desenvolvimento contínuo? Quer recomendar algo, inclusive para Coaches?

Minha última leitura foi o livro Executivo O Super Homem Solitário, achei ótimo. O autor é o Emerson A. Ciociorowski. Estou trazendo para BH o autor do livro O processo da Pérola, o Tommy Nelson, que é coach, especialista em desenvolvimento de líderes, americano que mora no Brasil há mais de 20 anos. Profissional fantástico com uma experiência e formação internacional. Ele realiza um workshop chamado Lifeplan que nada mais é a prática do seu livro. Aqui ele realizará algumas palestras e o workshop Lifeplan.

Cia do Coaching: Jussara Duarte, o blog Companhia do Coaching agradece a sua entrevista.

Agradeço a oportunidade.
Meus contatos são 31 9976-7414 ou 31 3568-7414 e site www.focuscoaching.com.br