Monday, August 17, 2009

Companhia do Coaching entrevista Oswaldo Ogihara


Cia do Coaching: Oswaldo, como você gostaria de se apresentar? Fique à vontade:

Oswaldo Ogihara, Diretor Executivo do CEPPE, 36 anos, casado, Bacharel em Direito, com experiência em Estratégia de Negócios e Tecnologia da Informação na indústria de serviços, Coach Certificado pelo Arvoredo/FIA USP, Coach pelo ICI – Integrated Coaching Institute – Brazilian Chapter São Paulo e pós-graduando em Gestão Estratégica e Econômica de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas. Por dez anos, trabalhei na gestão de TI em grandes empresas como GE, Banco Safra, Mccann-Erickson e, nos últimos três anos, trabalhando com desenvolvimento de pessoas e empresas (Arvoredo e, atualmente, CEPPE) www.grupoceppe.com.br

Cia do Coaching: Oswaldo, ambos participamos da Formação de Coaches no ICI e na FIA/Arvoredo, você atua nesta área, atuou ou ainda pretende?

Como coach, atualmente, atendo uma empresa de grande expressão na área de TI (o vice-presidente e a coordenadora de RH) e uma indústria moveleira (sócio-diretor e diretor comercial). Pretendo no futuro exercer mais o Coaching.

Cia do Coaching: Você tem tempo para atender Clientes de Coaching?


De fato, tenho restrição quanto a horários, uma vez que também visto o chapéu de administrador do CEPPE, atividade principal neste momento da empresa.

Cia do Coaching: Você tem algum programa de Coaching para seus colaboradores?

O nosso dia-a-dia tem sido muito corrido, felizmente, nos últimos tempos. Desta forma temos nos organizado quinzenalmente em reuniões para uma conversa e compartilhamos visões, interesses, elogios etc. As nossas conversas têm foco na operação da prestação de serviços, pós-venda e de negócios. Oficialmente não há um programa de Coaching interno. O que a diretoria cumpre diariamente com todos os colaboradores diretos e indiretos, e, principalmente com os clientes, são as posturas fundamentais de um líder coach, como exercício do aprendizado nas formações pelas quais passamos: o saber acolher, ouvir, observar, feedback sempre que necessário etc. A Diretora Técnica do CEPPE Ana Libera também é formada pela FIA/Arvoredo.

Cia do Coaching: Você dirige uma empresa já com um bom tempo de estrada, pode nos contar um pouco sobre sua empresa?

O CEPPE vai fazer 35 anos de vida em 2010. É uma responsabilidade muito grande manter uma empresa com todo esse know-how, tradição e credibilidade nesta liderança, afinal, estamos a mais de três décadas neste mercado, prestando serviços psicológicos com a mesma idoneidade, segurança e fidedignidade que estamos conseguindo entregar até hoje. Em todo esse trajeto profissional, em se falando exclusivamente no nosso produto ´core´, a Avaliação de Potencial, já atendemos mais de 50 mil pessoas, sendo que nos últimos 5 anos atendemos 15 mil. É um retrato do reconhecimento que o mercado corporativo tem com o CEPPE. Fico orgulhoso sempre que me lembro que o CEPPE é uma empresa que nasceu praticamente junto com a psicologia no Brasil. Temos clientes que estão conosco por 20 anos! Outro segmento importante em que atuamos é o da Orientação Vocacional, por meio de um programa de 12 semanas, o estudante ou profissional, trabalham suas avaliações (avaliações psicológicas, testes projetivos etc.) e participam de dinâmicas de grupo, objetivando conhecerem seus potenciais e pontos a desenvolver. Projetos de consultoria organizacional também fazem parte do nosso dia-a-dia.

Cia do Coaching: Oswaldo, como os Coaches podem utilizar os seus serviços, já que você conhece ambos os lados?

Como já é comum no CEPPE, Coaches compram e recomendam a Avaliação de Potencial PLUS para os seus coachees. De posse desta avaliação, coach e coachee podem conhecer mais a personalidade, as habilidades intelectuais, raciocínio, comportamento, dentre outras características psicológicas do coachee, colaborando no processo de coaching como um todo.

Cia do Coaching: Estamos numa época de crise, saindo dela, mas ainda em crise. Você teve negócios estancados em função da crise? Entrou em negociações sobre preço dos serviços?

Alguns clientes sim deixaram em ´stand-by` alguns dos seus processos de admissão e/ou promoção de pessoas, impactando no nosso faturamento. Como o plano de negócio do CEPPE é ter o cuidado de não ter clientes que sejam responsáveis por mais de 25% do nosso faturamento bruto anual, o equilíbrio entre eles nos manteve em boa operação durante todo o momento da crise. Aliás, concordo com você quando disse que estamos saindo dela! Sobre preço não foi necessário renegociar porque os nossos clientes conhecem o real valor dos nossos serviços diferenciados.

Cia do Coaching: Que tipo de cliente procura seus serviços?

Empresas interessadas em contratar o melhor candidato; as preocupadas em reter os seus talentos; as engajadas em desenvolvimento de pessoas e que procuram oportunidades de treinamento interno. Há também empresas que precisam cumprir protocolos de controles de qualidade como a ISO, e utilizam a nossa Avaliação de Potencial como ferramenta de Recursos Humanos. Nossos clientes são das mais diversas atividades: ramo varejista, indústria automobilística, construtoras pequenas, médias e grandes, distribuidoras, estabelecimento de ensino, indústria alimentícia, indústria química, shopping center’s, indústria healtcare, grandes imobiliárias. Toda empresa deve se preocupar com as pessoas e, melhor ainda, saber no que precisam se desenvolver.

Cia do Coaching: Como é este mercado? Competitivo?

O nosso maior concorrente são as avaliações não psicológicas que se dizem retratar a personalidade e o potencial das pessoas. São principalmente as avaliações onde a pessoa responde “x” ou “sim” ou “não”, na maioria das vezes em uma quantidade demasiada. O que eu quero dizer com isso é que, caso a pessoa esteja bem intencionada, ao resolver os testes, o quão suficiente elas se conhecem para responder como ela é e, sutilmente, não cair no simples equívoco de responder o que gostaria de ser ou que acha que ela é. Faz toda a diferença no resultado! Não se trata de uma crítica negativa a esse tipo de teste, porém estes testes podem ter a sua validade em outros campos. Para avaliar o potencial da pessoa, na função ou cargo em que ela está ou estará é preciso de ferramentas psicológicas projetivas com o Zulliger ou Rorschach, dentre outros, e, essencialmente aplicadas por psicólogos (as), com seus CRP’s ativos.

Cia do Coaching: Já fez associação com alguma empresa de Coaching? Que serviços ofereceu e quais foram os resultados para os clientes finais?

Na verdade a nossa relação com Coaches e empresas de Coaching ainda é reativa, ou seja, somos requisitados a prestar serviços aos seus coachees. Em conversa com um coach que utiliza os nossos serviços, ele me testemunhou que a fidedignidade dos resultados das nossas avaliações é incomparável, que fez aparecer traços de personalidade de um coachee dele, escondidos até por ele próprio, onde os fizeram entender, posteriormente, alguns gaps de desenvolvimento e de execução dos planos de ação. Hoje este executivo está muito mais consciente das suas limitações e potenciais, transferindo para a sua vida em si um peso mais suave, portanto mais eficiente e feliz. Detalhe: este executivo, como é de uma grande empresa multinacional, já havia feito todos os testes estrangeiros e computadorizados que o nosso mercado conhece e que não são feitos por psicólogos.

Cia do Coaching: Está lendo, assistindo algo que queira recomendar para nossos leitores?

Vou te contar um acontecimento na minha vida que me marcou muito. Um dia em 1995, tive a felicidade de conhecer Darcy Ribeiro, então escritor, antropólogo e Senador do Brasil, no momento do lançamento do seu último livro ´O Povo Brasileiro`. Fiz uma pergunta a ele: “Senador, sou estudante universitário e gostaria de saber se posso continuar acreditando no Brasil”. Ele me respondeu: “Creia no Brasil porque ele é sua pátria. Ela é a sua obra”. Estávamos vivendo um momento político-econômico conturbado na época, você deve se recordar. Desde então eu vivo, construo, me relaciono, resolvo conflitos baseado nesta então crença que estabeleci em mim de que EU sou EU, e tudo depende de mim: o meu Brasil sou eu quem faz – e é minha obra. Bem, contei toda essa história para te dizer que um título de Mário Sergio Cortella me chamou a atenção nas prateleiras de uma livraria 2 meses: ´Qual é a tua obra?`. Trata-se de um livro rápido, que fala de liderança, ética e gestão. Como coach e gestor de empresas, recomendo.

Cia do Coaching: Companhia do Coaching é um blog aberto, há algo que você gostaria de chamar atenção neste universo de coach, coachee, coaching, performer e, ultimamente, tenho ouvido também de potencial? Da mesma forma, peço seus comentários sobre os cursos de formação?

Prezado Pavanini, foi um prazer participar deste blog e quero finalizar demonstrando um sentimento de que é notório, pelo menos pra mim, muitas empresas de Coaching dizem fazer Coaching, entretanto, só continuam praticando a consultoria, ou aconselhamento, ou treinamento, ou até a terapia. Precisamos nos juntar e informar o mercado, que acaba sendo vítima desta disseminação equivocada da poderosa técnica de desenvolvimento e transformação de pessoas, o Coaching.

Cia do Coaching: Oswaldo, o Blog Companhia do Coaching agradece a sua entrevista e as excelentes contribuições para este nosso universo ainda em formação. Quem quiser acompanhar o que Oswaldo está fazendo, siga-o no twitter http://twitter.com/oogihara

Muito Obrigado.

4 comments:

zilá said...

Osvaldo,
Parabéns por sua entrevista, bastante esclarecedora.
Gostaria de saber se o CEPPE dispõe de algum tipo de "atendimento especial" tanto da testagem de potencial como de orientação vocacional, voltado para pessoas que estejam em situação de desemprego e que poderiam se beneficiar dessas propostas.
Abraço,
Zilá

Unknown said...

Boa tarde, tudo bem?

Excelente observação a sua, prezada Zilá! Àquelas que estão em situação de desemprego podem muito se beneficiar das propostas do CEPPE sim.

Num dia desses, um colega, entusiasmado, me disse que havia iniciado Coaching Executivo com um coachee que fora demitido e, portanto procurando novo ofício. Eu perguntei: “Como, se ela não tem mais liderados, líder e pares?”. Não preciso contar que ele ficou com uma cara, como se estivesse seguindo uma mosca no ar... A minha crença sobre Coaching Executivo é que ela é uma poderosa ferramenta para desenvolver certa postura e/ou comportamento na pessoa. Tal desenvolvimento pode ser alcançado por intermédio de planos de ação, desmistificação de crenças irracionais e manutenção desta habilidade adquirida - muito resumidamente falando. E este processo de Coaching precisa ser paralelo à sua vida na organização onde há pessoas e situações cotidianas reais. Para mim - e ele concordou - o que se estava praticando era o aconselhamento, e, aliás, o considero um ótimo conselheiro. No aconselhamento o então “coachee” acaba não sendo o sujeito do seu próprio desenvolvimento e desta forma não há desenvolvimento de comportamento nele. Eternamente, o “coachee” precisará memorizar as “dicas”, pois não se conseguira internalizá-las. Posso deixar uma pergunta no ar? O que acontecerá com esse coachee aconselhado, num momento de crise e extrema pressão corporativa? Terá condição de se lembrar de todos os conselhos ou voltará ao seu default?

Finalizando o meu raciocínio, a pessoa que está em busca de novos desafios, se estiver de posse da sua Avaliação de Potencial CEPPE, devidamente finalizada com a Devolutiva, e ainda ter vivenciando uma dinâmica de grupo que também proporcionamos, estará, em posição de vantagem se comparada a outros candidatos. Isso que dizer que, por ela mesma estará ciente das suas potencialidades e também pontos a se desenvolver, na busca pelo exercício da função ou cargo. Eu como empregador aceito muito bem saber do próprio candidato que “tenho experiências tais - compatíveis com a função a que está sendo selecionado - conheço profundamente isso e aquilo, no entanto, já estou trabalhando uma habilidade que tenho ciência precisar ser desenvolvida: a minha iniciativa (só um exemplo)”.

A Orientação Vocacional CEPPE é demandada por mães, pais, tios e tias que percebem neste nosso produto uma oportunidade para que o jovem aspirante a cursos técnicos e/ou cursos universitários – antecipadamente - possam encontrar mais cedo a sua direção profissional (contém de 5 a 8 encontros, podendo ser em grupo também). Muitos já descobriram o custo real de não saberem as suas informação vocacional, ou seja, seis meses de cursinho pré-vestibular na área de humanas, mais seis meses na área de exatas, matrícula em duas ou três universidades, seis meses em uma faculdade, um ano em outra... E os cifrões não paravam!

Puxa! Zilá, eu vou te contar que neste exato momento, terminando a minha resposta, eu me dei conta que a sua pergunta pode estar relacionada à atividades de cunho voluntário ou de responsabilidade social que o CEPPE por ventura faz ou tem! Será que era esse o seu enfoque? Bem, a resposta agora é outra. O único produto que temos atualmente está engavetado ainda. É a de premiar os melhores alunos de escolas estatuais e municipais – ainda não definimos quais - todo fim de bimestre. Estes alunos com as melhores notas, ao todo dez, passarão pelo nosso programa de Orientação Vocacional sem qualquer ônus.

Espero ter conseguido responder ao seu questionamento. Muito obrigado. Anseio poder conhecê-la. Um abraço. Oswaldo Ogihara. 20/08/2009.

Eduardo Bomfim said...

Oswaldo,
legal sua entrevista!!!
Quem sao fundadores e mantenedores da empresa?
HOje como estao dividos os seus clientes em percentual? pf e pj?
Qual é a hora ideal para o aluno iniciar este processo com a empresa e quanto tempo leva?
obrigado,
eduardo bomfim

Unknown said...

Boa tarde Eduardo.
Obrigado. Respondendo às suas perguntas, o CEPPE foi fundado em 1975, por Apparecida Murphy, psicóloga graduada pela PUC e com mestrado pela Ohio State University e Maria Iracilda Robert, pedagoga (USP) com pós-graduação pela USP e pela Universidade de Brasília. Atualmente, a diretoria do CEPPE é composta por mim, na área executiva e comercial, com o apoio de Inês Rodrigues, e pelas psicólogas Ana Libera, Fátima Fiúza, Rosiane Silva, Deise Amaral e Lúcia Yamauchi.

O CEPPE tem clientes PJ e PF, sendo as maiorias nas contratações de “Avaliação de Potencial” e “Orientação Vocacional”, respectivamente.

Já fizeram Avaliação de Potencial CEPPE, desde a sua fundação, mais de 50 mil pessoas. Nos últimos 5 anos foram mais de 15 mil. A terceiro setor (Serviços) superou a área de Manufatura (indústria), contratando 68% do total das “Avaliações de Potencial CEPPE” vendidas nos últimos 2 e meio.

Àqueles que já estão se questionando sobre que direção dar à sua vida acadêmica e posteriormente à vida profissional, e se mostram numa situação de desconforto ou mesmo de indiferença sobre este breve e decisivo futuro, uma Orientação Vocacional do CEPPE pode colaborar com as decisões. O CEPPE não aplica testes vocacionais simplesmente. Aplicamos sim avaliações, por psicólogos, e através de instrumentos psicológicos aprovados pelo Conselho Regional de Psicologia, e mais , aplicamos atividades de orientação individual, entrevista, mapeamento de profissões, relacionando o perfil do estudante à carreira pretendida, e que podem levar de 5 a 8 semanas, sendo 1 vez por semana, em dinâmicas de grupos também, se for o caso.

Um abraço,
Oswaldo Ogihara