Sunday, March 22, 2009

Daniel Goleman, Budismo Tibetano e Gestão do Tempo




Pensamento sistêmico tudo liga tudo.

Durante parte de 2007 e praticamente todo o ano de 2008, participei do programa de Formação de Coaches no Instituto EcoSocial. Quando da apresentação do trabalho de conclusão do curso de nossa turma, uma das nossas colegas e agora coach, a Monica Dalge, apresentou um método de trabalho que incluía o Budismo Tibetano. Interessei-me pois a meditação que tem ligações diretas com o Budismo, tem acalmado minha mente e ajudado a conter minhas ansiedades. E como tudo liga tudo, a Djane, outra colega do programa de formação e também do nosso grupo de estudos nos solicitou, a mim e a Monica, um trabalho de gestão do tempo para ser usado em empresas.
Procurando inovar e não seguir os tradicionais métodos de gestão de tempo que as escolas pregam e que na nossa avaliação, nem sempre atendem os objetivos de gerir melhor o tempo, buscamos no budismo tibetano atender esta demanda.
Nos aprofundamos no estudo do livro ´O Trabalho como Mestre´ de Arnaud Maitland, discípulo do Lama Tarthang Tulku, e ali, pudemos identificar o poder do tempo em nos deixar alegres ou angustiados, a natureza fluida do tempo, o valor do tempo, a energia através da pressão de prazos finais e, como a concentração e atenção plenas, que estavam difusas na nossa mente podem nos ser úteis no despertar para o tempo, ao assumir o controle do tempo podemos atender todas nossas atuais demandas e aquelas que, supúnhamos, não caber na agenda e mais, desenvolver novas habilidades, tudo isso gerando mais energia e mais alegria de viver ligando a nossa missão de vida ao nosso trabalho. Espantado, pois tudo isso dentro do trabalho onde a maioria das pessoas vive dizendo: Que bom que chegou a sexta feira!, como se a semana de trabalho não tivesse nenhuma ligação com seus objetivos de vida. Assim a semana fica difícil de carregar, cheia de resistência e negatividade, um peso enorme para os ombros e para as mentes. Concorrendo para doenças derivadas do stress como: dor nas costas, úlceras, gastrites, dores de cabeça, excesso de peso, neuroses, entre outras.
Venho estudando desde 1994 a Inteligência Emocional nos livros de Daniel Goleman, Inteligência Emocional, O Poder da Inteligência Emocional e Inteligência Social, onde divulga suas conclusões de pesquisas sobre o impacto das emoções das pessoas nas empresas e como elas podem ser nocivas ou úteis para o ambiente empresarial. Lembro que Daniel Goleman é par em grupos de estudos com David McClelland na Universidade de Harvard, berço da escola americana de gestão de pessoas e negócios. Escola americana que tem seus fundamentos em competitividade, lucro, sucesso empresarial.
Onde o Budismo Tibetano que prega a não competitividade no estilo paz e amor tem a ver com a escola americana. Nos livros de Arnaud Maitland e Thartang Tulku, baseados na filosofia budista tibetana temos ensinamentos de que o trabalho nos serve como campo de treinamento para desenvolvermos nossas habilidades como pessoas e profissionais e não somente como profissionais, não separando as coisas que são inseparáveis. No trabalho podemos atender nossa missão de vida e nesta busca podemos ser mais produtivos no que fazemos usando melhor nosso bem maior que é o tempo, nos desenvolvendo e reconhecendo realizações pessoais e empresariais. Podendo nos relacionar bem com as pessoas aumentando nossa criatividade e nossa cooperação e ter um bom ambiente de trabalho. Impressiona pois nos livros de Goleman encontro coincidência com o que acabei de escrever, Daniel prega que é no ambiente de trabalho que podemos desenvolver a nossa Inteligência Emocional tão necessária para o bom andamento dos negócios. Nos seus livros são apresentados diversos ´cases´ de empresas estudadas por Goleman e seu time e podemos reconhecer o seu esforço em colocar a prática e o desenvolvimento da Inteligência Emocional no ambiente de trabalho, reproduzindo os ensinamentos do budismo tibetano de Thartang Tulku.
Por fim, a meditação budista é pregada por Thartang Tulku e por Arnaud Maitland como uma forma de tranquilizar a mente e aumentar sua concentração e atenção plena, esta última definida como uma forma de enxergarmos o todo. Novamente, encontro coincidência com Daniel Goleman e a escola de Harvard, pois Daniel é também um praticante e instrutor de meditação budista tibetana.
As escolas orientais e ocidentais tem ensinamentos coincidentes e cabe a nós, executivos, desenvolvermos ambientes propícios para que os funcionários das empresas possam encontrar no seu trabalho um campo para atender seus desejos e assim aflore seus melhores sentimentos.

5 comments:

Pensar Sentir Querer said...

Edu, um show! O link entre IE, o Budismo Tibetano mais especificamente o Skill Full Means (o desenvolvimento através do trabalho) e a oficina de gestão do tempo é perfeito. A foto do Arnaud no evento em SP está ótima. Que saudades do meu guru!
Pava, adorei a surpresa.
Monica.

Claudio Pavanini said...

Eduardo, você ´escancara´ de uma forma muito elegante a conexão total entre essas linhas de pensamento. Na última HSM Mgmt tem uma entrevista com o Goleman... sabe qual é a foto no início da entrevista? um indivíduo meditando. Abraços e obrigado pela contribuição ao blog.

Anonymous said...

Muito legal Edu .Parabéns ! Agora podemos dar continuidade falando da importância do Auto conhecimento para se desenvolver a Inteligência Emocional , que segundo Goleman "se aprende" . A Análise Transacional é um dos instrumentos para esse processo de desnvolvimento . Além dela utilizo a prática de meditações sobre temas específicos dentro das necesidades de cada fator a ser desenvolvido no cliente .Numa terceira etapa temos o exercício de equilibrar o "pensar sentir querer" para ter uma ação equilibrada e emocionalmente inteligente !

miki w. said...

estou lendo um livro de sogyal rinpoche sobre budismo tibetano, a vida e a morte.

que surpresa encontrar conexões aparentemente tão distantes mas tão próximas em seu artigo, eduardo.

adorei saber!

abracos, miki

miki w. said...

oi, eduardo!

o nome do livro é "o livro tibetano do viver e do morrer".

assisti a uma peça de teatro que se baseou livremente na obra, encantei-me e adquiri o livro no dia da apresentação.

a editora é palas athena (talento).

abraços, miki